Desenvolvimento de novos negócios, disponibilização de serviços cotidianos em uma mesma região e maior convivência entre as pessoas. Tudo isso em um espaço urbano requalificado e capaz de gerar na população um sentimento de pertencimento desse território. Essa é a proposta do projeto Viva São Pelegrino, apresentado na manhã desta terça-feira (8) na Casa de Memória da Igreja São Pelegrino, em Caxias do Sul.
A ação foi idealizada pelo grupo Vivacidade, formado por profissionais multidisciplinares que se uniram em torno da proposta de mudar a cara de um dos bairros mais tradicionais da cidade. O projeto, atualmente em fase de pesquisa junto à comunidade, pretende unir iniciativa privada e poder público em esforços para tornar a área atrativa a investimentos que permitam à população resolver as demandas diárias e permitam ampliar a convivência em comunidade. É o que os organizadores chamam de centralidade, que também contribui para a melhoria da segurança pública.
— Quanto mais as pessoas morarem perto, menos elas precisam se locomover de uma parte a outra. A melhor forma da gente se proteger, é as pessoas estarem se vigiando — afirma o arquiteto e urbanista Matias Revello Vazquez, integrante do Vivacidade que também coordena o projeto.
Entre as ações que podem desenvolver o potencial do bairro, por exemplo, estão a revitalização de prédios antigos e o incentivo ao que já existe na região, além da inserção de elementos novos. Tudo de forma planejada para que um empreendimento complemente o outro.
— Precisamos direcionar os negócios para que eles se fortaleçam uns aos outros, criar esse ecossistema. Se aproveita o que tem, se potencializa o que é bom e se insere os elementos para que a centralidade aconteça — afirma a líder do projeto, Giovana Ulian.
Atualmente, o grupo realiza pesquisas junto à comunidade para identificar as principais demandas. O objetivo é ter o projeto pronto até maio ou junho do próximo ano para que ele possa entrar no debate das eleições municipais. Isso porque o Viva São Pelegrino depende da participação do poder público, principalmente em eventuais alterações de legislação. Uma das possibilidades, por exemplo, seria a criação de operações urbanas consorciadas, que possibilitaria a concessão de incentivos fiscais e a utilização desses recursos para a criação de um fundo voltado à melhoria de espaços públicos. A longo prazo, no entanto, a intenção é que essa interação entre iniciativa privada e poder público ocorra naturalmente, sem intermediação do Vivacidade.
Embora seja voltado a São Pelegrino, o projeto do grupo pretende atingir uma área de 100 hectares, que reúne cinco bairros e uma população de 8,2 mil pessoas. E para engajar a comunidade, uma série de ações estão prevista até o fim do ano. Uma delas é o Circuito Urbano, evento chancelado pela Organização das Nações Unidades (ONU) que ocorre no próximo domingo, às 9h. Os participantes vão realizar um passeio guiado pelo bairro, com saída do Teatro Moinho da Estação. A participação é gratuita, mas é preciso se inscrever pelo site sympla.com.br/vivacidade.
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