A Igreja vai investigar suposto milagre para a Canonização de Madre Bárbara Maix. A partir da próxima segunda-feira (14), a Diocese de Caxias do Sul inicia processo para apurar possível milagre acontecido no distrito de Santa Lúcia do Piaí após a beatificação da religiosa.
Quase nove anos depois de ser beatificada, Madre Bárbara Maix caminha para ser reconhecida como Santa. Seguindo a ordem prevista pela Igreja Católica Apostólica Romana, o processo requer depois da beatificação um novo milagre, ou seja, um ato de cura sem explicação para a medicina. É justamente esse fato, ocorrido no distrito de Santa Lúcia do Piaí, que será investigado pela Diocese de Caxias do Sul. Na próxima segunda-feira (14), Dom José Gislon, presidirá a sessão de abertura do processo sobre a suposta cura. Na ocasião, o bispo constituirá um tribunal eclesiástico, composto por um juiz, um promotor, um notário e um médico perito que acompanhará o depoimento das testemunhas, como explica a postuladora da causa de canonização, Irmã Gentila Ronchetti:
— São ouvidas as testemunhas, as pessoas que estiveram mais próximas e que podem dizer o que aconteceu e vão dar testemunho de ter atribuído esta cura a bem-aventurada Madre Bárbara Maix. Não sabemos quanto tempo vai depender da sucessão das audiências e precisamos contar com o tempo dos membros do tribunal e da presença da resposta das testemunhas.
De acordo com a Irmã Gentila, o milagre ainda não pode ser detalhado, porém, pode-se informar apenas que o fato aconteceu em 2018, e que se trata da “cura” de uma mulher de 62 anos, que sofreu queimaduras de 2° e 3º grau, enquanto trabalhava na produção de sabão.
— Em Santa Lúcia do Piaí, no dia 15 de dezembro de 2018, aconteceu a cura de uma senhora que também sofreu uma queimadura gravíssima. A família se uniu em oração e o sacerdote moveu a comunidade em oração e solidariedade por essa senhora e essa família. Em poucos dias ela ficou completamente curada.
Foi também em Santa Lúcia do Piaí que em 1944, aconteceu a cura do então menino Onorino Ecker. Com quatro anos, ele teve o corpo completamente queimado após ter derramado sobre seu corpo água fervente, cair nas brasas e respirar o vapor. Após investigação da Igreja, foi comprovada a cura do menino após 15 dias. Este foi o milagre aprovado pelo Vaticano para a beatificação da religiosa.
Nascida na Áustria em 1818, madre Bárbara Maix tornou-se a primeira mulher beatificada, no Rio Grande do Sul. Perseguida em Viena, pela sua opção de vida religiosa, mudou-se para o Brasil, em 1848. No ano seguinte, na cidade do Rio de Janeiro, fundou a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de maria. Viveu no Brasil por 25 anos, dos quais, 11 no Rio de Janeiro. Viveu e trabalhou por 14 anos em Porto Alegre. Faleceu em 17 de março de 1873, no Rio de Janeiro.