A análise laboratorial feita nas amostras da água do complexo Dal Bó apontou a diminuição na concentração de oxigênio como provável causador da morte de peixes nas represas. O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Caxias do Sul divulgou, na tarde desta segunda-feira, o resultado do exame recebido no final de semana.
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Segundo o Samae, as amostras coletadas na área onde os peixes foram encontrados mortos no início do mês não apresentaram contaminadores. Um laboratório contratado pela autarquia analisou parâmetros físicos, químicos e biológicos das amostras.
A redução de oxigênio na água é um dos efeitos da presença de grande quantidade de plantas aquáticas no local. Além disso, a concentração de peixes no mesmo momento no mesmo ponto pode ter contribuído para a diminuição do teor. Segundo técnicos do Samae, a quantidade mínima de oxigênio é de cinco miligramas por litro de água, mas esse quantitativo varia conforme o local e o momento da amostragem. Não há um dado específico de teor de oxigênio no instante da morte dos peixes, contudo, provavelmente, este índice estava abaixo deste valor. Em alguns locais da represa São Pedro já foram verificadas amostragens com valores abaixo devido à presença das plantas.
Gerson Panarotto, diretor-presidente do Samae em exercício, a autarquia não tem a escavadeira hidráulica necessária para o trabalho de retirada das plantas e o atual contrato com a prestadora desse serviço dispõe de apenas algumas horas de máquinas que serão utilizadas para uma primeira limpeza na área mais próxima de onde foram localizados os peixes mortos.
Nos próximos dias, será lançado edital (o termo de referência já está pronto) para uma nova licitação para contratar a empresa que fará a retirada mais abrangente das plantas e o posterior manejo. A ideia, segundo Panarotto, é que o serviço possa iniciar em cerca de três meses. Depois, a manutenção deve ser periódica.
– Esse tipo de 'infestação', vamos chamar assim, tem uma periodicidade. Se fizermos o controle efetivo e não deixarmos crescer (proliferar) tanto, fica mais fácil manter (o equilíbrio). Faremos a limpeza mais periódica de uma menor quantidade de plantas – explica Panarotto.
Ainda conforme o gestor, a retirada de plantas não ocorria havia seis ou sete meses.
Ainda de acordo com o Samae, o fato não altera a qualidade da água distribuída para a população. Depois de captada, a água das barragens do Dal Bó é tratada na Estação de Tratamento de Água Borges de Medeiros e passa por rigorosas análises a fim de atender aos parâmetros de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A implicação seria na biodiversidade, mais especificamente na morte dos peixes.