A concessão do aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, que está em avaliação pelo governo do Estado, poderá ter duração de 15 anos. O período foi levantado pelo secretário Extraordinário de Parcerias Estratégicas do Estado, Bruno Vanuzzi, e permitiria melhorar a infraestrutura do terminal enquanto avança o projeto do aeroporto de Vila Oliva. A oficialização do prazo, porém, depende de estudos que serão realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Leia mais
Concessão do atual aeroporto de Caxias serviria para criar alternativa ao terminal de Porto Alegre
Aeroporto Hugo Cantergiani, de Caxias, pode ser privatizado
Privatização do aeroporto regional é rechaçada por ex-administrador
Construção do aeroporto de Vila Oliva, em Caxias, terá duração prevista de três anos
A ideia de conceder o atual terminal para a iniciativa privada surgiu no mês passado a partir do movimento Mobilização por Caxias (MobiCaxias), formado por líderes empresariais da Serra. Como as conversas ainda são recentes, Vanuzzi diz que o assunto ainda não entrou na lista de projetos prioritários para parcerias público-privadas. Apesar disso, o secretário acredita que, uma vez tomada a decisão, os estudos do BNDES poderiam começar já neste ano, com lançamento da licitação para concessão até a metade de 2020.
Nesta quarta-feira (21), Vanuzzi conversou com representantes da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e, nesta quinta-feira (22), mantém conversas com a Secretaria de Logística e Transportes do Estado para verificar o andamento do projeto de Vila Oliva. Ao contrário do que prevê a prefeitura de Caxias do Sul, o secretário não acredita que a construção do novo aeroporto possa começar no ano que vem. Entre os motivos estão a licença ambiental ainda pendente e a desapropriação da área, que além de não ter os recursos assegurados, pode se arrastar por longo prazo, caso o valor das indenizações seja contestado.
— Posso dizer com toda a certeza que sairá o aeroporto de Vila Oliva, mas não no prazo que as pessoas estão esperando. Não podemos criar expectativas de algo que pode não acontecer. Se tiver aeroporto pronto em três anos, não precisa melhorar o atual. Quando falo em projetos, quero trabalhar com prazos reais — defende Vanuzzi, que acredita que um prazo realista para a operação do aeroporto fique entre oito e 10 anos.
O secretário afirma ainda que o Estado não tem recursos para pagar pela desapropriação da área, mas avalia alternativas. Ele não informou, no entanto, quais alternativas seriam essas porque ainda estão em tratativas. Em 2014, a área de 445 hectares era avaliada em cerca de R$ 17 milhões. Agora, o município realiza a atualização dos valores e, até o fim do mês, deve encaminhar um ofício ao governo do Estado dando 30 dias de prazo para o Piratini responder se vai ou não arcar com o custo.
— O Rio Grande do Sul tem condições de auxiliar o aeroporto, mas tem que fazer com planejamento estratégico e sem imaginar que dinheiro dá em árvore — afirma.
Com relação aos prazos, o secretário afirma não ver problemas na possibilidade do terminal de Vila Oliva ficar pronto antes do término da concessão do Hugo Cantergiani. Nesse caso, haveria a possibilidade da concessionária se transferir para o novo aeroporto e desativar o atual. Vanuzzi também admitiu que ainda não houve uma aproximação entre o Estado e a administração municipal para tratar do assunto. A expectativa, contudo, é que as conversas se intensifiquem depois que as conversas avançarem internamente.
Marquise concluída
A instalação da marquise na fachada do aeroporto Hugo Cantergiani foi concluída nesta terça-feira (20), cerca de cinco meses após o início do trabalho. O prazo foi maior do que o previsto porque o projeto precisou passar por ajuste para a inclusão de vigas que não estavam previstas inicialmente. Ainda no início do ano, a calçada em frente ao terminal passou por ajustes para a colocação da estrutura.
A cobertura, que tem 20 metros de largura e avança três metros sobre a calçada, permitirá maior conforto na entrada e saída do terminal. O projeto foi elaborado pelo município e a instalação, que custou R$ 154 mil, foi paga pelo governo do Estado.