Dois seguranças de uma empresa de zeladoria pagarão cinco cestas básicas cada um por terem molhado e xingado Irineu Seibert, 57 anos, na Praça Dante Alighieri, em Caxias, em janeiro deste ano. A medida alternativa ao crime contra a honra foi sugerida pelo Ministério Público e aceita pelos réus em audiência no Juizado Especial Criminal, na tarde desta terça-feira.
Leia mais
Caso do homem molhado por seguranças, em Caxias, terá primeira audiência
Homem molhado por seguranças na Praça Dante, em Caxias, entra com ação na Justiça por danos morais
Seguranças que molharam homem em Caxias do Sul podem ser responsabilizados
Vídeo que circula nas redes sociais mostra idoso sendo molhado por seguranças em Caxias
Na sessão, a vítima relatou novamente a situação pela qual foi submetida na madrugada de 7 de janeiro. O caso ganhou repercussão depois da divulgação de um vídeo em rede social que mostra os seguranças utilizando uma mangueira para molhar o idoso no banheiro público da praça. Um segundo vídeo apresentado durante a investigação policial revela que a ação começou ainda dentro de uma das cabines do banheiro masculino. Os vigilantes direcionam jatos d'água no rosto de Seibert, enxotam a vítima do local, reclamam do cheiro dele e o xingam. A empresa foi contratada pela prefeitura, via Secretaria Municipal da Cultura, de forma terceirizada, para garantir a segurança dos enfeites natalinos que decoravam a praça até a primeira semana do ano.
A medida sugerida pelo promotor Vercilei Lino Serena é chamada transação penal e é ofertada aos réus quando se trata de crimes de menor potencial ofensivo. Em geral, são medidas como prestação de serviço à comunidade ou, como neste caso, pagamento de cestas básicas a entidade beneficente.
Com a decisão, os réus Alex Sandro Gonçalves Moraes, sócio proprietário da Fagundes Serviços de Zeladoria Ltda, e Douglas Luiz Alves Noronha da Silva, funcionário da empresa, terão de pagar cinco cestas cada um, no valor de R$ 90 cada, o que equivale a R$ 450 para cada acusado. A entidade que deve receber os alimentos é uma das cadastradas na Justiça.
A primeira cesta básica deveria ser comprada nesta quarta-feira (3). As demais, a cada dia 3 dos meses subsequentes. Caso não cumpram a transação, a Promotoria denunciará os réus que responderão a processo criminal. O Pioneiro tentou localizar o advogado de defesa dos réus, Jair João Wolfram, mas nenhum dos telefones encontrados na internet é do defensor. Ele também não tem contato cadastrado no site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ainda sobre a prática do ato por parte dos seguranças, ficou registrado em ata da audiência que a proposta de conciliação foi obtida porque os autores do fato comprometeram-se a respeitar a vítima e a não agredi-la físicas ou moralmente.
Durante a audiência, os seguranças foram citados sobre outra ação que respondem na Justiça. Desta vez, por danos morais na 2ª Vara Cível Especializada da Fazenda Pública de Caxias.