A prefeitura de Caxias do Sul publicou no Diário Oficial nesta segunda-feira (22), notificação à Associação Caxiense de Velocross (Ascave) para que desocupe a área destinada à modalidade esportiva em um prazo de 30 dias. O espaço, localizado no loteamento Vila Maestra, na Zona Norte da cidade, é ocupado pela Ascave desde meados de 2011, por meio de um termo de cedência de dez anos com a associação.
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A prefeitura quer rescindir o contrato porque pretende dar outra destinação à área. Conforme a publicação no Diário Oficial, caso a Ascave não desocupe o espaço dentro do período estabelecido, o município vai ingressar com medida judicial via Procuradoria Geral para assegurar a reintegração de posse.
Segundo a secretária de Esporte e Lazer, Márcia Rohr da Cruz, a notificação foi necessária porque a prefeitura não localizou o responsável para efetuar a comunicação oficial. Segundo ela, o espaço será utilizado para opções de lazer junto à comunidade da região.
— Há queixa por parte de praticantes do esporte que não podem usar o local. A pista não é utilizada por todos os grupos se motociclismo. A intenção é oferecer o espaço para atividades que contemplem o maior número de pessoas. A administração tem buscado utilizar os espaços públicos para uso de interesse coletivo. É o caso daquela pista — afirma Márcia.
Em 2017, a Ascave entrou com uma ação judicial contra o município após outra notificação para que a entidade deixasse a área. Segundo Márcia, desde então, “todos os planos traçados naquela época para execução e atendimento à população tiveram que ser interrompidos em função da não desocupação”.
Resposta da Ascave
Ex-presidente e atual diretor esportivo da Ascave, Renato Nienow lamenta a impossibilidade de realizar eventos no local — o último ocorreu no ano passado — e pontua uma relação difícil com o atual governo desde o primeiro contato com a secretária Márcia Rohr.
— Desde o primeiro momento do atual governo estamos na defensiva. E o momento não é nem de falar muito. Temos um contrato em vigência até 2021 e agora o trabalho é mais na parte jurídica. Queremos o quanto antes que essa situação se resolva. Antes deste período, chegamos a fazer 10 eventos de diferentes modalidades por ano — relembra Nienow, que comenta sobre o valor investido pela associação no local:
— Existe uma boa gama de verba federal, conquistada pelos ex-deputados Beto Albuquerque e Assis Melo, e a colaboração da prefeitura para construção do espaço, com a pista e arquibancada. Só que do valor total capitalizado no espaço, algo entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, cerca de 15 a 20% veio de recursos particulares, para a construção do sobrado, da sede, do parque, de um galpão público para os pilotos.
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