A Praça do Trem, no bairro São Pelegrino está mais uma vez às escuras. E o motivo é aquele que se repete em outros pontos da cidade: furto da fiação. O espaço já havia sido alvo de vândalos pelo menos quatro vezes em sequência em fevereiro de 2018.
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Situada em um bairro predominantemente residencial, o espaço de lazer é um refúgio nas horas livres de uma parcela importante da população. Com a depredação, porém, os frequentadores precisam mudar a rotina devido à insegurança.
— A praça está à mercê da criminalidade. Ontem (quinta) tivemos que ir embora às 18h porque não tinha mais condições de ficar. Essa dificuldade não é de hoje. É uma praça de família, vou com meu filho, minha esposa, meus amigos vão com meus filhos — afirma o empresário Bruno Gottardi, 38 anos, que mora há cerca de 200 metros da Praça do Trem.
Segundo ele, é comum ver pessoas usando drogas embaixo das árvores, principalmente quando a praça está às escuras. Gottardi também relata já ter observado assaltos na região e reclama do estado geral de conservação.
— Tem um banco que está caído. É falta de zelo. Tem que ter ação do poder público permanente — destaca o empresário, acrescentando que a Guarda Municipal comparece sempre que é chamada.
Conforme o secretário de Obras da prefeitura, Leandro Pavan, o furto ocorreu na noite de terça-feira (25) para quarta-feira (26), mas Gottardi diz que espaço está às escuras há mais tempo, sem precisar quanto. Os cabos levados ficavam dentro de um quadro de luz situado na guarita da Guarda Municipal, que foi arrombada, e também enterrados ao longo da praça. Os ladrões não conseguiram furtar, porém, a fiação protegida por placas de concreto. O material foi aplicado em abril do ano passado, para coibir novas ações do tipo, mas a solução foi questionada pelo Ministério Público porque pode descaracterizar o patrimônio histórico, já que ficam junto aos trilhos.
— Agora está em discussão se vamos retirar o concreto ou se vamos apenas melhorar o acabamento. É ruim o concreto, mas uma praça que não se pode usar também — argumenta Pavan.
Para entrar na guarita, que tem estrutura metálica, os criminosos derrubaram a porta. O secretário afirma que esta é a primeira vez que a estrutura é arrancada. Em ações anteriores, segundo ele, os criminosos danificavam a fechadura para entrar. Já Gottardi diz que a porta está arrombada há pelo menos um mês.
De acordo com Pavan, as equipes do setor de iluminação da secretaria de Obras já iniciaram os reparos na praça, mas não havia previsão de quando a iluminação seria restabelecida.
— Nossa preocupação é que a escuridão total favorece novos delitos — destaca.