A Greve Geral da Classe Trabalhadora reuniu cerca de 300 pessoas em ato realizado na tarde desta sexta-feira (14) em Caxias do Sul. Enquanto os manifestantes seguravam faixas e entoavam gritos de guerra, diversas pessoas seguiam suas rotinas e passavam pela praça Dante Alighieri, na área central da cidade.
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O protesto liderado pelas centrais sindicais é contra a reforma da Previdência e aos cortes de verbas da educação. A reportagem conversou com sete pessoas que cruzavam a praça durante a mobilização. Destas, cinco não sabiam o motivo da paralisação que foi realizada em todo o país.
O aposentado José Alomar, 74 anos, acompanhava a mobilização sentado dentro do carro:
— Não sabia o que estava acontecendo, mas fiquei ouvindo e entendo que é em defesa de direitos, e a juventude que está aí tem que lutar por esses direitos. Todas as classes devem defender o que acreditam e lutar.
A contadora Leni Debon, 56, tinha ido até o mercado e voltava para casa apressada. Ela afirmou não saber porque os manifestantes estavam reunidos na praça e criticou o que considera uma certa alienação dos jovens.
— Acredito que nem eles sabem por quê estão aqui, porque os discursos que ouvi enquanto passei demostrando que estão sem liderança. Acho que os jovens estão até um pouco alienados — ressaltou.
Ao ser informada sobre as bandeiras defendidas pelos organizadores ela acrescentou que seguia contra as mobilizações:
— Não vejo outro caminho a não ser votar a reforma da previdência. O trabalho no Brasil tem que ser encarado de outra maneira. Em outros países a aposentadoria é diferente, então sou contra esse ato.
A doméstica Orzeli Aparecida Carvalho, 52, andava rapidamente em meio à manifestação:
— Eu não sei porque estão reunidos aqui — admitiu ela. Mas ao ser informada sobre os motivos da mobilização afirmou:
— Sou a favor de defender nossos direitos.
A professora aposentada Suzana Costa, 76, estava sentada em um dos bancos da praça Dante. Ela foi na missa e ao presenciar o ato parou para acompanhar.
— Não sabia o motivo, mas sou a favor de lutar pelos direitos e contra cortes na educação. Já encarei muitas lutas nos anos em que lecionei — afirmou ela.
A aposentada Iovina Beltrami, 83, voltava da fisioterapia e parou para acompanhar os manifestantes:
— A reforma da previdência fará com que as pessoas se aposentem muito velhas, a cabeça pode continuar boa, como a minha, a pessoa pode estar bem lúcida, mas o corpo não acompanha a mente, porque não tem mais a mesma capacidade.
O supervisor Carlo Adriano de Souza estava trabalhando enquanto estudantes discursavam em cima do caminhão de som que estava estacionado em frente a Catedral.
— Sou contra a reforma da previdência, e mesmo que não esteja ali protestando sou a favor desta luta porque me pergunto como será no futuro? Como vamos nos sustentar e nos manter no futuro se a reforma for aprovada como prevista? — destacou ele.
A comerciante Cátia Dutra, 44, estava indo ao mercado e depois das compras iria se unir aos manifestantes:
— Apoio a luta que é minha também porque sou contra os cortes na educação e a reforma previdenciária.
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