O transbordamento do Rio da Cruz, que arrancou asfalto e guard rail de uma ponte na localidade de São José da 6ª Légua, no interior de Caxias do Sul, foi causado pelo rompimento de açudes nas proximidades. Os danos ocorreram durante um temporal que atingiu a região no fim da tarde desta quarta-feira (6). As comunidades de São Braz e Santo Homo Bom também registraram estragos.
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Segundo o secretário de Obras, Leandro Pavan, um agricultor registrou, no próprio pluviômetro, 120 milímetros de chuva em uma hora, um volume muito acima da média. Toda essa quantidade de água resultou, segundo Pavan, no rompimento dos açudes, que encheram o Rio da Cruz de forma repentina.
— Aqui não estava chovendo nesse momento. Ouvimos um barulho muito forte e minha filha disse 'é o barulho do rio'. Até achei estranho, porque não escutamos o barulho do rio daqui — relata a babá Lorivane Turella, 48 anos, que mora nas proximidades da ponte.
Um morador de São Braz, que prefere não se identificar, disse que seguia de Ana Rech para casa quando deparou com a chuva já na Rota do Sol.
— Não me assustei porque estava com carro grande (uma caminhonete Ranger), mas tive que parar três vezes porque não tinha condições de ver, de tanta água. Tinha lugares com meio metro da água. Na minha vida, em 62 anos, nunca vi isso, da água passar por cima da ponte em São José— conta o agricultor.
Na manhã desta quinta-feira (7), equipes da Secretaria de Obras ainda trabalhavam na desobstrução da Estrada Domingos Mazzochi após a queda de eucaliptos. A interrupção ocorreu no ponto onde a estrada vai passar por asfaltamento, nas proximidades da Igreja de São Braz. Pouco antes da comunidade, no sentido Rota do Sol-São Braz, a estrada está em meia pista devido a fissuras no asfalto. No fim da manhã, um dos pontos cedeu levando parte da estrada. Por precaução, o trânsito foi proibido para caminhões. A Secretaria de Obras não descarta abrir uma nova passagem nas proximidades para que veículos pesados, que escoam a produção da região, possam trafegar.
Já na localidade de Santo Homo Bom, a manhã desta quinta foi de limpeza da principal rua da comunidade. Durante o temporal, a via foi tomada por água e lama, que também invadiram a igreja e se acumularam no campo de futebol. A comunidade registrou danos localizados em algumas plantações de caqui e milho.
— Tenho 42 anos e nunca vi nada igual — destaca o agricultor Vanderlei Novello.