A prefeitura de Caxias do Sul avalia se há condições financeiras e estuda se não existem barreiras jurídicas para comprar atendimentos em hospitais privados durante o inverno. O período costuma ter aumento no número de pacientes que procuram serviços de urgência e emergência por causa de doenças respiratórias. O Pronto-Atendimento (Postão 24h)deve ficar fechado por causa de obras.
Outra medida em avaliação é a contratação na iniciativa privada de médicos para reforço das equipes nos postos de saúde. O município tem enfrentado dificuldades em encontrar profissionais por meio de concurso público ou contratos emergenciais.
Conforme o secretário Júlio César Freitas da Rosa, o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público na época do fechamento do Postão para reforma prevê que se possa buscar serviços na iniciativa privada se houver problemas em conseguir médicos na rede pública. No entanto, ele explica que a legalidade dessas possibilidades será avaliada em maior profundidade pela Procuradoria Geral do Município. As medidas dependem ainda da confirmação de se há ou não recursos públicos disponíveis.
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Além disso, o secretário afirma que providências para garantir o atendimento já vêm sendo tomadas. Cita mutirões de especialidades, como o que ocorre neste domingo (31), e reforço na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte. Apesar da baixa adesão, ele comenta ainda que há tentativa de fortalecimento de unidades básicas de saúde, com o chamamento de médicos que fizeram concurso. Segundo o secretário, são iniciativas que vêm ocorrendo ao longo dos últimos meses. Freitas da Rosa também diz que não está descartada a reabertura do Postão como Unidade de Pronto Atendimento Central durante o inverno. Segundo ele, o esforço é para que o atendimento retorne.
Preocupação
A falta do principal serviço de urgência e emergência mantido pela prefeitura preocupa outros integrantes da rede pública, como o Hospital Geral (HG). A direção diz que não há condições de expandir atendimentos. Conforme o diretor-geral do HG, Sandro Junqueira, o número de pacientes que procura o local aumentou três vezes após o fechamento do Postão.
Muitos são os casos em que não há urgência e emergência, mas que acabam passando pela triagem e pelo atendimento médico. Isso gera aumento no fluxo e no tempo de espera dos pacientes. Segundo Junqueira, o hospital sempre opera próximo ao limite e a situação ficou mais crítica com o fechamento do pronto atendimento central. Nesta manhã, por exemplo, cinco pacientes estão entubados no pronto-socorro.
— Estamos aflitos porque sabemos que o período do inverno muda as patologias e aumenta a procura.
Além da falta de estrutura, Juqueira salienta que a instituição trabalha com a possibilidade de um grande déficit financeiro para o ano. A estimativa de prejuízo de R$ 8,4 milhões é apontado como um impeditivo para oferecer novos atendimentos.