Um grupo de moradores do bairro Serrano, em Caxias do Sul, protestou no início da manhã desta segunda-feira (18) contra a falta de médicos na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro.
Segundo eles, a comunidade foi informada de que a partir desta segunda-feira não haverá atendimento de clínico geral. Até o dia 22 de fevereiro, o postinho contava com duas profissionais nesta especialidade, integrantes do programa Estratégia de Saúde da Família — uma delas pediu demissão nesta data.
Os últimos atendimentos ocorreram na sexta-feira (15) com a médica que havia permanecido, mas ela também pediu para sair da função.
De acordo com o integrante da mesa diretora do Conselho Municipal de Saúde, Alexandre Silva, além dos médicos que saíram, unidade carece atualmente de mais um clínico geral, pediatra e agentes comunitários. Após a manifestação, o grupo seguiria até o Ministério Público para denunciar a falta de médicos. O motivo, segundo Silva, é que, com a falta de médicos, o município descumpriu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado na época do fechamento do Postão 24h. O acordo previa o reforço de médicos nas UBSs durante a reforma da unidade de pronto-atendimento.
Conforme a coordenadora interina da UBS, Geise dos Santos Klipel, o setor de atenção básica da Secretaria da Saúde informou que, no momento, não há nenhum currículo disponível para avaliação.
Os demais servidores da unidade continuarão fazendo o acolhimento na UBS, com vacinação, curativos e outros serviços.
Contraponto
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) explicou que os profissionais atuavam com contrato temporário e que ambos pediram o desligamento. Eles tinham contrato de 40 horas semanais.
Ainda justificou que "A SMS já está buscando profissionais para repor essas vagas. No entanto, encontra dificuldades por falta de interessados no mercado. A equipe de Recursos Humanos da secretaria está, inclusive, entrando em contato diretamente com as universidades de Caxias do Sul e de outras cidades do Estado, para captação de currículos".
Também conforme a secretaria, além da busca de profissionais para contratação emergencial, a SMS estuda a possibilidade de alguma realocação entre os médicos da rede para que a unidade não fique descoberta. Há também a possibilidade de destinar algum médico nomeado ou concursado para aquela região, mesmo com carga horária menor.