O trevo de acesso a Fazenda Souza e Ana Rech já foi classificado pelo Ministério Público (MP) como um dos 16 pontos críticos rodoviários de Caxias do Sul. O local também foi alvo de protestos da comunidade e de reivindicações constantes de entidades, como a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias.
Desde que as obras iniciaram, em setembro de 2017, nenhum acidente grave havia sido registrado. Isso mudou na noite da última quinta-feira, quando duas pessoas morreram queimadas após colisão entre veículo que ocupavam contra um caminhão.
Ivanir Gasparin, presidente da CIC Caxias, entidade que cobra de forma recorrente por soluções no trecho, é um dos que lamenta a falta de providências do Estado.
— Não há palavras para descrever o quão ridículo é estarmos discutindo um simples trevo — comenta.
Gasparin lembra que a promessa inicial do governo era inaugurar na época em que houve a beatificação do padre João Schiavo, símbolo da comunidade católica de Fazenda Souza.
— Não estamos falando nem de uma obra de duplicação e nem de um viaduto, estamos falando de um mero trevo. Estamos também solicitando uma roçada nas nossas rodovias, por incrível que pareça. As entradas de Caxias estão muito feias. Estamos em 2019 e estamos discutindo roçadas e trevo. É muito pouco o que estamos pedindo — complementa.
O trecho representa um importante ponto do escoamento da produção agrícola de localidades como Fazenda Souza, Vila Oliva e Santa Lúcia do Piai. Segundo Gasparin, a CIC deve reiterar cobranças para o trevo... novamente.
— Como é difícil viabilizarmos uma obra do Estado. E também falta essa leitura de que quanto mais se posterga, mais custo gera aos cofres públicos. E com isso, infelizmente, duas vidas foram tiradas — lamenta.