Há pelo menos três anos, as reuniões para tratar da demanda por aumento de segurança na Estação Férrea, no bairro São Pelegrino, em Caxias, são frequentes. Moradores, empresários, órgãos de segurança e poder público debatem, sugerem alternativas, articulam estratégias, mas, esporadicamente, casos de violência e tumulto voltam a ser registrados na região. Neste domingo, um evento no local terminou em confronto com a Tropa de Choque da Brigada Militar.
Liderança do bairro São Pelegrino há cerca de dois anos, Vanderson Alex dos Santos Lopes, não manifesta otimismo quanto às iminentes promessas das autoridades para tentar resolver os problemas.
— Temos feito romaria nos órgãos (de segurança) e não conseguimos nada. As autoridades se reúnem, falam, mas não fazem nada — comenta.
Apesar de reconhecer que são realizadas ações esporádicas no local, Lopes as considera insuficientes, tanto em termos de frequência quanto de planejamento:
— Eles montam ações, mas duram muito pouco tempo. Fazem numa semana e na próxima não fazem e na outra volta a acontecer (tumulto). Esse tipo de ação não pode ser esporádica, tem de ser contínua — ressalta.
Na opinião do líder comunitário, embora o policiamento ostensivo seja de atribuição da Brigada Militar, o município também deveria assumir parte da responsabilidade da segurança, uma vez que moradores do entorno são afetados pela desordem.
— A prefeitura tem que assumir aquele espaço. As pessoas que moram no entorno têm direito de descansar, de dormir. A gente sabe que a segurança é estadual, mas não podemos tirar a responsabilidade do município. Teria de ter mais interesse, mais responsabilidade. Eles passam que tem estudos, mas não sai do papel. Temos também o projeto de revitalizar a Estação Férrea e instalar iluminação, que seriam importantes — sugere o morador.