Comoção e solidariedade tomaram conta dos moradores de Farroupilha que são mais próximos da família Mützenberg. Além de ter perdido o apartamento na explosão seguida de incêndio na manhã da última quarta-feira, a família agora torce para que Maria Ana Zanetti Mützenberg, 68 anos, se recupere das queimaduras que ocupam 88% do corpo. Ela segue em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital da Unimed. O último boletim médico, emitido pela instituição na noite da quinta-feira, informou que Maria foi submetida a uma cirurgia durante a tarde da quinta. A equipe de cirurgia plástica fez curativos na área queimada, e o procedimento durou cerca de três horas. O quadro clínico permanece grave, porém estável.
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— Está todo mundo sofrendo muito porque são gente do bem, trabalhadora, amigos de todos. Eles não mereciam isso, mas estamos rezando muito por ela — descreve a amiga da família Iró Crippa Varaschini, 82 anos.
A família Mützenberg tem há anos um comércio de frutas no bairro Volta Grande, uma espécie de sacolão. São responsáveis por entregas de batatas, cebola e tomate para diversas famílias e empreendimentos de Farroupilha - o que tornou dona Maria e o marido Romeu, 71 anos, bastante populares na cidade.
— Ele é quem faz mais as entregas, e a Maria é quem cuida da fruteira. Ela é uma pessoa séria, responsável, que sempre cuidou muito bem dos negócios da família. Estamos ajudando com roupas e o que mais for preciso, porque eles perderam tudo no incêndio — lembra Iró.
Maria também é uma pessoa de bastante fé, conforme descrevem os amigos, e se dividia nas igrejas católica e luterana. Além de frequentar bastante a paróquia Sagrado Coração de Jesus, cuja igreja fica na frente do prédio atingido pelo incêndio, ela acompanha o marido na Igreja Evangélica Luterana de Salvador do Sul.
— São pessoas muito ligadas à comunidade de Salvador do Sul também. O Romeu é luterano com convicção, por questões familiares históricas, e a Maria sempre o acompanhou e ajudou as pessoas aqui. É um casal unido e que participa em tudo que for convidado — afirma o pastor Neuri Ellwanger, de Salvador do Sul.
A moradora do apartamento 302 do Edifício Vêneto ouviu a explosão ao ligar a luz da cozinha. Ela estava sozinha em casa. Ela será submetida a novos procedimentos cirúrgicos programados para os próximos dias. Não há previsão de retirada da sedação. As queimaduras que ocupam 88% do corpo são de segundo grau.