A família de Marcia Rosane Elias é uma das tantas que desembarcou em Caxias do Sul em busca de trabalho. E foram bem sucedidos nessa aposta de vida: vindos de Canela no final da década de 1970, mãe e tios logo arrumaram emprego por aqui, e a família prosperou. É por esse e outros motivos que se diz grata por ter escolhido Caxias: tem casa própria no bairro Bela Vista, é casada, tem dois filhos e todos estão empregados. As dificuldades existem, mas os motivos para comemorar são maiores, garante:
– A gente trabalhou muito, foi se calejando, aprendendo, e o principal, tem os filhos estudando. Um deles já até se formou. A vida não é ruim, não.
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Marcia completou 51 anos ontem. Nasceu em um sábado, 4 de novembro de 1967, mesmo dia que o Pioneiro completava 19 anos, em uma edição sem cores e de 18 páginas. Na capa, notícias afirmavam a necessidade de mais escolas em Caxias do Sul – falava-se na ampliação de vagas no Instituto Cristóvão de Mendoza e na apresentação da Miss Brotinho 67, com baile luxuoso na Sociedade Recreativa Remo. Notícias nacionais também figuravam na manchete, falando da necessidade de rejeitar mão de obra estrangeira e reforçar a economia brasileira.
Aliás, economia é um assunto que Marcia gosta de falar, já que um dos filhos é economista e trabalha diretamente com a bolsa de valores. E é a data do nascimento dos dois filhos que destaca como as mais importantes de sua vida. O mais velho, o economista William, nasceu em 18 de fevereiro de 1988, quando o Pioneiro celebrava o primeiro voo entre Caxias do Sul e São Paulo. O caçula e universitário Guilherme, 19, nasceu quando o noticiário era dominado por conquistas do Juventude, que estava em meio a sua caminhada para obter o título mais memorável já tido, a Copa do Brasil. Hoje, Marcia trabalha como auxiliar geral em uma empresa de iluminação e sonha ainda em ser avó. Deseja que o país viva momentos de maior estabilidade e prosperidade. Daqui uma década, sonha em ler no Pioneiro uma manchete bastante positiva:
– Gostaria de ler que o país comemora a diminuição da violência. Sem dúvidas, é o que quero para o país que meus netos vão viver.