O ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dolaimes Stédile Angeli, o Caic, de Caxias do Sul, voltou a ter luz na última terça-feira. O ginásio passou mais de quatro meses às escuras, depois do furto de cerca de 800 metros de cabos de energia elétrica no feriado de Nossa Senhora de Caravaggio, em 26 de maio.
Conforme a diretora do Caic, Isabela Canali Santos, nesse período era possível dar aulas aos alunos durante uma parte do dia, mas já ficava difícil a utilização a partir de um determinado horário da tarde, especialmente ao longo do inverno. À noite, os cerca de 60 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) não puderam ter aulas no espaço. Ao todo, o Caic tem pouco mais de 800 alunos, incluindo a educação infantil e o ensino fundamental do 1º ao 9º ano.
Segundo a diretora, a demora ocorreu inicialmente pela dificuldade em obter a verba para comprar o novo cabeamento. Chegou a ser cogitada a necessidade de uma licitação, mas a escola obteve da Secretaria da Educação em julho um empenho de R$ 7 mil, recurso que teve de ser complementado com verba de autonomia do Caic - destinado a compras do dia a dia, como material de salas de aula e banheiro, por exemplo. Foram pouco mais de R$ 2 mil para complementar o valor gasto de quase R$ 9,5 mil.
Depois disso, Isabela relata que ainda houve demora para a secretaria disponibilizar eletricista para fazer a instalação do material, o que só ocorreu neste mês. Segundo a diretora, a justificativa que ela recebia pela demora era de que havia muita demanda de trabalho também em outras escolas.
Ainda alguns dias após o furto no ginásio, durante a paralisação do período da greve dos caminhoneiros, também foram levados cabos de luz dos blocos da escola, mas esses foram logo repostos pela equipe da Secretaria da Educação. No caso dos cabos que levam energia ao ginásio, as caixas de acesso foram chumbadas para dificultar novos furtos.
Exposição a depredações
Isabela comenta que outra preocupação da direção do Caic é com o cercamento. Uma cerca de tela existente hoje é seguidamente cortada em diferentes pontos por pessoas que invadem a área da escola. A diretora firma que a maior preocupação é com os alunos.
— Para não deixar por completo aberto pedimos para a manutenção fechar os buracos na cerca. Nos preocupamos com os alunos que estão na escola, que podem sair, e com quem pode entrar, que pode ser qualquer um — afirma.
Também em relação ao muro, a diretora diz que recebe a informação de que não há verba disponível do município. Com relação à Guarda Municipal, Isabela afirma que as patrulhas aumentaram depois de ofícios que foram encaminhados à Secretaria.
— Mas eles não podem estar aqui o tempo todo — observa.
O que diz a Secretaria da Educação
De acordo com a Secretaria da Educação, a equipe técnica explicou que foi feita uma ligação provisória no ginásio logo depois do furto dos cabos, que foi desfeita no fim de julho. Segundo a Secretaria, como o custo dos cabos era elevado, foi feita uma dispensa de licitação para a compra, mas a empresa não entregou o material. Por isso, teve que ser feita uma nova dispensa de licitação.
Sobre o eletricista, a Secretaria afirma que dependia de outras demandas mais urgentes. Cita que o serviço precisava ser feito em um único dia, e também dependia das condições climáticas, já que o ginásio fica em área externa. Outra questão apontada é a complexidade do serviço, devido ao volume de cabos.
A respeito da construção de um muro de concreto, a diretora financeira da Secretaria, Raquel Baldasso, explica que a demanda está na lista, que envolve outros pedidos das 82 escolas do município, e há prioridades na frente.
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