Dois anos e meio após a intervenção do município no Hospital Arcanjo São Miguel, de Gramado, a situação financeira da instituição é complicada. O déficit mensal para a operação é de R$ 320 mil. Em dívidas de curto prazo, o hospital soma R$ 6,4 milhões - R$ 4 milhões em empréstimos, R$ 1,2 milhão em dívidas com fornecedores, R$ 200 mil recebidos como adiantamentos de planos de saúde e R$ 1 milhão em honorários médicos.
Conforme o interventor, Paulo Rogério Oliveira, são recorrentes os atrasos nos pagamentos. Em julho, os 90 médicos, que são contratados como pessoas jurídicas, receberam com 10 dias de atraso. O custo mensal com esses profissionais é de R$ 730 mil em média.
Oliveira diz que outros fornecedores também vêm recebendo com atraso, mas garante que os funcionários têm salários em dia. Segundo ele, as dificuldades financeiras são resultado da necessidade de investimento em reformas e troca de equipamentos que estavam sucateados na época em que ocorreu a intervenção. Para amenizar o problema, a direção do hospital tenta renegociar contratos e melhorar o controle de compras.
— Estamos entrando em contato com as empresas, na medida do possível, para que possamos alinhar e redefinir valores, procurando de maneira criteriosa fazer uma negociação dos valores para que sejam compatíveis com a nossa arrecadação — diz Oliveira.
No final de agosto, a prefeitura prorrogou até 17 de fevereiro de 2019 a intervenção no hospital. Em nota, o prefeito João Alfredo Bertolucci, o Fedoca, disse que o município manterá o hospital enquanto não houver a venda do imóvel a uma "instituição idônea".
No início da intervenção, em fevereiro de 2016, o decreto citou risco de fechamento da urgência, emergência e UTI do hospital.
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