A criação de um Pronto-Atendimento 24 Horas exclusivamente para atendimento de crianças é a solução apontada pela prefeitura de Caxias do Sul para vencer a demanda crescente por consultas com pediatras no Sistema Único de Saúde (SUS) no município. O projeto foi anunciado pelo prefeito Daniel Guerra (PRB) em coletiva de imprensa na tarde de sexta-feira.
Conforme Guerra, o novo local seria administrado por meio de gestão compartilhada, aos moldes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte.
– Estamos vendo o problema grave da falta de atendimento, o que nos leva a ter medidas ainda maiores em resposta para a nossa população – declarou.
Para a implantação do projeto, porém, a prefeitura necessita de aprovação do Conselho Municipal de Saúde. O prefeito afirmou que enviou ofício para marcar uma reunião extraordinária com a entidade no dia 24 de julho. Custos e prazos previstos para a construção da nova estrutura serão divulgados somente depois que o Executivo conseguir o aval do conselho.
– Se dependesse de nós, essa reunião seria hoje, mas respeitamos o prazo regimental do Conselho. A situação requer uma resposta imediata – destacou.
Guerra adiantou, apenas, que a futura licitação determinará que o plantão pediátrico esteja localizado em área central de Caxias.
– Exigiremos que se faça em área de grande fluxo de pessoas e facilidade de acesso. Por óbvio, o vencedor da licitação vai ter que buscar a locação desse imóvel no mercado, com os custos previstos dentro de uma área central – aponta.
Guerra estabeleceu o argumento em prol do modelo de gestão compartilhada ao comparar dados de atendimento da UPA e do Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão). Segundo o prefeito, unidade da UPA Zona Norte ultrapassou o número de atendimentos pediátricos do Postão em junho e o local nunca teve problema de falta de médicos.
– Mesmo tendo mais atendimentos, o número de pedidos de internação na UPA foi de 21, contra 78 no Postão – exemplificou o prefeito, como exemplo de maior qualidade nos atendimentos na UPA Zona Norte.
O programa UBS+, que prevê a gestão compartilhada do Postão e transferência dos servidores para a rede básica, também foi anunciado antes que recebesse aprovação do Conselho Municipal de Saúde, no ano passado. A decisão gerou mal estar entre as entidades e o projeto acabou reprovado. Perguntado sobre a repetição da prática com o plantão pediátrico, Guerra aponta a pressa para implantação do programa como justificativa.
– A situação da saúde pública precisa de resposta imediata. A população precisa enxergar que existe uma administração que quer cuidar das pessoas, sem transferir essa responsabilidade para ninguém, e precisamos ter a parceria de todos para levar a saúde publica de forma que atenda o interesse publico. Não podemos pensar de forma individual.
Ao final da coletiva, Guerra passou uma lista com os nomes dos conselheiros de saúde para a imprensa, pedindo para que fossem repassados à população.
– O que estamos colocando na mesa é essa solicitação ao Conselho, de nos autorizar a implantação do plantão pediátrico 100% SUS. Que a população sensibilize esses conselheiros para que pensem na saúde da população, das nossas crianças. Creio que os conselheiros se posicionarão em favor da vida, de um projeto que é maior que todos nós juntos. Quero crer que haverá maturidade e responsabilidade. Se não houvesse uma implicação de ouvir o Conselho, já estaríamos apresentando os custos, o local, o edital. Temos pressa. Estamos com a convicção de que não haverá nenhum tipo de óbice (objeção) a uma iniciativa tão importante quanto essa – concluiu.
Estrutura
A prefeitura adiantou, por enquanto, apenas a estrutura física que deve ter o novo plantão: o projeto prevê uma sala de espera, uma sala de acolhimento e avaliação de risco, três consultórios pediátricos, sala de observação com leitos, sala de sutura e curativo, sala de isolamento, sala de aplicação de medicamentos, sala de nebulização, sala de coleta de exames e farmácia.