O secretário da Saúde de Caxias do Sul, Geraldo da Rocha Freitas Júnior, disse que a prefeitura já estuda alternativas para atender o crescimento de 41% da demanda pediátrica no município no inverno deste ano, já que a proposta de criação de um plantão pediátrico em 90 dias foi rejeitada pelo Conselho Municipal de Saúde em reunião na noite desta terça-feira (24). A intenção é utilizar a gestão compartilhada da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Zona Norte para ampliar o quadro de profissionais.
— Lamentamos que não houve a sensibilidade de alguns conselheiros. Para o conselho, o assunto estaria encerrado, mas temos que avaliar a legalidade da decisão, uma vez que o assunto comunitário tem que estar acima dos interesses corporativistas. Temos a possibilidade por meio da gestão compartilhada do reforço — aponta Freitas.
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Segundo o titular da Saúde, a prefeitura está em tratativas com a UPA para ter mais um pediatra e um pneumopediatra em agosto. Com isso, o quadro de médicos da área pediátrica ultrapassaria 25 profissionais. Hoje são 14 especialistas, nove em especialização e dois em residência de pediatria, segundo Freitas. Já para o Postão, ele diz que há poucas perspectivas de aumento do quadro de 19 pediatras porque a prefeitura está com dificuldades de contratar profissionais. De seis especialistas chamados recentemente em concurso, apenas um manifestou interesse de assumir vaga. O prazo se encerrou na última semana.
Além da discussão sobre o atendimento pediátrico, o Conselho Municipal da Saúde aprovou uma série de medidas propostas pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv) para o atendimento desde a rede básica. O secretário disse que elas serão avaliadas pelo aspecto técnico e pela viabilidade econômica, mas adianta algumas que esbarram neste último fator, como a ampliação de 20 equipes de Estratégia da Saúde da Família (ESF).
A presidente do Conselho Municipal da Saúde, Fernanda Borkhardt, disse também que outra medida que poderia ser adotada é voltar a criar cargos de médico de 40 horas em Caxias, o que já foi encaminhado para a Câmara de Vereadores. Fernanda também defende a possibilidade de adesão de médicos de 12 horas ao programa PraVida, em que os profissionais podem passar para uma carga de 40 horas. O secretário disse que essa questão também está sendo reavaliada, assim como um plano de carreira que torne a remuneração mais atrativa.