A 19ª Semana de Doação de Órgãos e Tecidos de Caxias do Sul, que prossegue até domingo em Caxias do Sul, quer mostrar novamente que muitas pessoas só estão na fila do transplante por falta de conhecimento dos familiares de potenciais doadores.
Estimativas da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul indicam que a principal barreira na doação é a negativa dos parentes de doadores falecidos.
Nesta quinta, Dia Municipal do Doador de Órgãos e Tecidos, haverá uma sessão na Câmara de Vereadores onde a importância de informar à família a intenção de ser doador será um dos temas debatidos. O encontro ocorre às 8h30min e terá a participação de representantes do Comitê Municipal de Doação de Órgãos e Tecidos (CMDOT).
Também hoje, a RimViver promove uma ação social de conscientização na sede da entidade, na Avenida Rio Branco, 360, bairro São Pelegrino. Haverá distribuição de material informativo à população das 9h às 16h30min. No mesmo dia, o Hospital Pompéia fará palestra interna de sensibilização para a doação de órgãos no auditório da instituição, às 10h.
Já amanhã, das 13h30min às 17h, o Hemocentro Regional de Caxias do Sul terá atividade de sensibilização e orientação com a colaboração da Liga de Transplantes da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
No sábado, o público poderá participar da 5ª Caminhada da Esperança, com saída da Praça João Pessoa, em São Pelegrino, às 9h, e chegada à Praça Dante Alighieri, no Centro, às 10h.
— A nossa ideia é fazer a passeata e distribuir material informativo. Ainda há muita resistência na doação de órgãos. Geralmente, metade das famílias nega a retirada por desconhecimento. Por isso, a semana serve para orientar e sensibilizar a população sobre esse ato importante — ressalta Fábio Scuro, integrante do grupo Anjos da Esperança, entidade que promove a caminhada.
A programação encerra no domingo com passeio ciclístico da RimViver. A largada dos ciclistas será na frente da prefeitura, às 9h30min.
Toda a programação é organizada pelo Comitê Municipal de Doação de Órgãos e Tecidos (CMDOT), que reúne diversos setores do município e instituições privadas.
Espera
Segundo dados da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, 1.254 pessoas aguardam na lista de espera por algum tipo de órgão no Estado. Destas, 919 precisam de um doador de rim, 135 aguardam por um fígado, 29 por medula óssea, 83 por doador de pulmão, 61 por córnea, 16 por transplante de coração e 11 por rim e pâncreas. Neste ano, até fevereiro, foram realizados 132 transplantes de órgãos no RS e 165 de tecidos (pele, osso, córnea e esclera). O número de doadores efetivos somou 44 no mesmo período e o índice de negativa familiar ficou em 33% no mês de janeiro e 42% em fevereiro.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
Existem dois tipos de doadores: o doador vivo e aquele com morte encefálica (cerebral).
No caso de um doador falecido, o transplante ocorre somente com a autorização documentada de um familiar. Nesse caso, podem ser doados os rins, coração, pulmão, fígado, pâncreas e tecidos como córnea, pele e ossos.
Em relação ao doador vivo, qualquer pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e parte do pulmão. Doação entre pessoas vivas são autorizadas somente para cônjuge ou parentes até 4º grau (pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos). Para pessoas com grau de parentesco mais distante ou sem relação consanguínea, as doações devem ser feitas com autorização judicial.
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