Com falta de nove médicos na Estratégia da Saúde da Família (ESF), que é o principal programa vigente nos postos de saúde, a prefeitura de Caxias do Sul projeta repor parte dos profissionais nos próximos dias. Conforme a secretária da Saúde, Deysi Piovesan, o processo para seis contratações está encaminhado. O número exato de quantos médicos faltam para completar o quadro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) é desconhecido da Secretaria, que está fazendo um levantamento. O certo é que o município vem encontrando dificuldades para ter o quadro preenchido.
O principal, segundo a secretária, é o fato de que muitos são formados há pouco tempo e desistem do serviço público para fazer residência. Outro fator é o fim de contrato de profissionais do Mais Médicos — a reposição depende do Ministério da Saúde. Um terceiro motivo é a desistência da participação de um programa que permite a extensão da carga horária para 40 horas semanais de médicos com contratos de menos tempo de atuação. Ainda tem um caso pontual de afastamento de um médico.
Apesar da dificuldade em encontrar profissionais, a prefeitura vem desligando médicos que faltaram no ano passado. O município considera as faltas injustificadas, já que ocorreram durante a greve da categoria que não foi reconhecida pela prefeitura. Embora cinco médicos tenham sido reintegrados por decisão da Justiça, outros quatro foram demitidos no final de fevereiro.
Mesmo que a greve dos médicos tenha se estendido sob a alegação de que a remuneração em Caxias está abaixo do piso da categoria, a secretária aposta na realização de concurso para que o quadro melhore na rede básica de saúde. Na avaliação de Deysi, as Estratégias de Saúde da Família precisam de médicos com contratos de 40 horas semanais, o que não existe hoje.
Para a secretária, benefícios, como adicionais por tempo de serviço e estabilidade, podem ser atrativos para os profissionais, ainda que os salários fiquem abaixo da média do mercado.
— A médio e longo prazo passa a ser (uma carreira) interessante — diz.
O entendimento da secretária da Saúde é que a contratação de médicos com 40 horas semanais é uma solução mais eficiente para a falta de profissionais. Ela avalia que programas como o Mais Médicos ajudam, mas não resolvem o problema.