A charmosa Gramado, conhecida pela farta gastronomia, beleza e, principalmente, pela hospitalidade aos turistas, comemorou 63 anos de emancipação nesta sexta-feira. A programação especial de aniversário iniciou com uma comemoração colonial na tradicional Rua Coberta, no centro da cidade. Prestigiando as diversas etnias que são as raízes da colonização, uma centena de cucas feitas por agricultores gramadenses formaram o número 63 alusivo à história de Gramado, dispostas em uma estrutura decorada com hortênsias, flor símbolo do município.
A entrega das cucas, que pesavam em torno de 800 gramas cada, foi o momento escolhido para marcar o retorno às raízes coloniais. Foram necessárias mais de quatro fornadas para preparar os produtos, que foram entregues para cerca de 150 pessoas que participaram do encontro. Mais de 12 horas de programação foram preparadas para celebrar as mais de seis décadas de história como, por exemplo, um encontro com moradores da Linha Nova, berço inicial de Gramado, uma sessão especial do espetáculo Natal Pelo Mundo para 500 crianças da rede municipal e o concerto de aniversário da cidade com a Orquestra Sinfônica de Gramado.
O resgate da colonização tem sido constante na cidade. Diariamente, durante os principais eventos da cidade, 11 grupos de produtores rurais comercializam os seus produtos na Praça das Etnias. O presidente da Associação, Zulmiro Bof, conta que, atualmente, famílias da Linha Nova, Linha Bonita, Linha Araripe, Campestre do Tigre, Quilombo, Tapera, Serra Grande, Serra Grande Alemã, Gambelo, Moreira, e Marcondes constituem os grupos que se revezam no local.
— São cerca de 90 famílias do interior de Gramado, das colonizações alemã e italiana, que comercializam cucas, pães variados, pão de linguiça e de queijo, e biscoitos na praça. A valorização do interior é muito importante para nós. Esperamos que mais famílias consigam uma renda extra, e a tendência é aumentar cada vez mais o fluxo de pessoas na Praça das Etnias, e isso contribui com a melhoria do setor — diz.
Os primeiros colonos de origem portuguesa se fixaram na cidade em 1875, e aos poucos vieram os alemães e os italianos. A Linha Nova, terra que recebeu os imigrantes italianos era onde se concentrava o 5º distrito de Taquara. Porém, em 1913, a sede distrital foi transferida para onde hoje é o centro da cidade. Já a emancipação político-administrativa se deu há exatos 63 anos, pelo movimento emancipacionista integrado por Walter Bertolucci (presidente), Hugo Daros (secretário) e Eusébio Balzaretti (tesoureiro).
A Emater, em parceria com a prefeitura, atua diretamente com os agricultores, com um trabalho focado na organização rural, na organização de grupos e incentivos à agroindústria. Hoje, em Gramado, 73% da merenda escolar do município é adquirida da agricultura familiar. Para 2018, mais produtos serão comprados, aumentando essa porcentagem. Também há um forte trabalho com os jovens para que estes deem continuidade à produção rural.