Em pé ou sentadas em cadeiras e no chão centenas de pessoas acompanharam atentas a peça Caravaggio: uma história de fé encenada na noite desta terça-feira no santuário, em Farroupilha. O espetáculo que reuniu dança e teatro é uma releitura da história da aparição de Nossa Senhora para Joaneta, ocorrida na Itália, em 1432.
Segundo o produtor e diretor do espetáculo, Cassio Azeredo, o objetivo foi "contar de uma maneira diferente, mais moderna, mesclando a linguagem do teatro com um pouco da dança" esse episódio de fé e devoção que move milhares de fiéis ao santuário todos os anos.
Os ensaios começaram em março deste ano, simultaneamente com dois grupos _ um em Farroupilha e outro em Montenegro. A partir de agosto, os atores se reuniram para ensaios em conjunto. Ao todo, 26 pessoas participam da encenação. Parte é formada por voluntários de Farroupilha, incluindo integrantes da invernada juvenil do CTG Ronda Charrua e do Grupo Farroupilha de Artes Cênicas. Outra parte é composta por profissionais, atores da Universidade Estadual de Montenegro. Os custos com equipe técnica (iluminação, som), cenário, figurino e atores foi custeado com recursos próprios do santuário. Os valores não foram divulgados.
A peça teve a duração de cerca de 45 minutos. Ela contou cronologicamente a história, desde o momento da aparição da santa, na Itália, em 1432, até a chegada ao Brasil, em 1879, e a construção de uma comunidade, em Farroupilha.
Dona Tereza De Momi, 68 anos, assistiu a tudo com olhar vidrado na esplanada onde os atores encenavam as passagens:
_ Achei que fizeram uma parte bem idêntica com a da Joaneta. Ficou uma história bem real _ disse a devota à Nossa Senhora.
As cenas eram mescladas entre luzes e sombras e o ponto mais audacioso foi o da aparição, quando a atriz que interpretava a 'santa' desceu, pendurada em um cabo de aço, do topo da Igreja.
_ O Cassio faz muito bem essa mistura do lúdico com o histórico. Esse jogo de luzes e cores. Além disso, ele usa um texto de fácil compreensão _ avaliou Denise Paula Colombo, que trabalha na Casa de Cultura de Farroupilha e assistia ao espetáculo em meio às mais de 400 pessoas que estavam no santuário.
Novas apresentações devem ser marcadas para 2018.