Obras inacabadas em dois bairros de Caxias do Sul têm causado transtornos para motoristas que trafegam nesses locais. Além de não haver expectativa para a finalização do serviço, moradores e proprietários de empresas reclamam, principalmente, dos riscos que os buracos abertos oferecem. Mesmo distantes, as obras estão em situação semelhante: canos e caixas de esgoto aparentes e sem proteção, asfalto ou paralelepípedos colocados pela metade e sinalização precária.
Na Rua Coronel Camisão, bairro Nossa Senhora de Lourdes, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) construiu uma nova caixa de tratamento de esgoto. Após finalizado o serviço, ainda no mês passado, uma forte chuva levou parte da estrutura de acabamento, abrindo um buraco ao redor da caixa de concreto.
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Um morador das redondezas diz que já contatou várias vezes a prefeitura, mas nenhum conserto foi providenciado. O buraco fica entre a Avenida Julio de Castilhos e a Rua Pinheiro Machado.
— Apesar não ser na calçada, o buraco pode, sim, machucar alguém. Ninguém está livre de tropeçar na rua, mas se acontecer isso com ela aqui, ela pode se machucar feio — lamenta o homem, que pede para não ser identificado.
A pelo menos quatro quadras dali, na descida da Pinheiro Machado até a Treze de Maio, outra obra na tubulação foi finalizada sem os devidos reparos. Neste caso, era a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) que deveria ter direcionado funcionários para cobrir o buraco com asfalto. O problema ficou exposto por 15 dias, porém, assim que a reportagem entrou em contato, uma equipe já foi direcionada para concluir a obra: na manhã de quarta-feira, tudo estava resolvido.
Já na Rua La Salle, no bairro São Pelegrino, é a qualidade do serviço que a comunidade contesta. Entre as ruas Machado de Assis e Irma Valiera, o Samae constrói uma rede de esgoto de 345 metros desde setembro. Como a obra é por etapas, partes já foram finalizadas. Conforme o síndico de um edifício comercial, as partes concluídas já apresentam afundamentos e buracos.
— Eu me questiono onde está a fiscalização das obras públicas. Será que nenhum responsável acompanha e pode apontar defeitos antes de dizerem que acabaram? As máquinas ainda estão trabalhando. Custa já consertar o que ficou mal feito? É perceptível que não tem qualidade alguma e é inaceitável ver o dinheiro público jogado no lixo — desabafa Juarez Marchet.
De acordo com a assessoria de imprensa do Samae, os problemas foram causados, provavelmente, pela chuva. A autarquia não soube responder se há funcionários destinados para fiscalizar o conserto após a conclusão dos trabalhos. Na próxima semana, a obra avança para a etapa final, mas sem prazo para ser entregue.
Ainda segundo o Samae, no caso da Rua Coronel Camisão, até segunda-feira o buraco deve ser tapado.