A família da médica Mariana Fischer Costa, 33 anos, comemorou o retorno dela ao Brasil nesta sexta-feira. Ela, o marido Rafael Forno e a filha Giovanna, três anos, vivenciaram a passagem do furacão Irma por Saint Martin, no Caribe, no dia 5 de setembro. A luta por sobrevivência e o carinho de amigos estão entre as principais lembranças do período longe de casa.
– Eu abri meu WhatsApp e tinha umas duas mil mensagens de pessoas me desejando boa sorte e dizendo que estava rezando e torcendo por mim. Não sei como agradecer a todos. Eu literalmente sonhava com o momento em que entraria em casa de novo, se é que eu poderia ver minha casa de novo – conta, emocionada.
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Mariana mora em Novo Hamburgo, mas tem familiares em Caxias do Sul, onde chegou pouco depois das 18h. A sequência de voos para conseguir voltar ao Brasil começou ainda no domingo, dia 10, quando os três voaram até a ilha de Martinica, também no Caribe. De lá, houve escalas em Guadalupe, Santo Domingo, Panamá e Brasília, até aterrissar em Porto Alegre na sexta-feira.
– O cenário de destruição é muito angustiante. E quando falamos em sobrevivência, é de verdade, porque não sabíamos o que iríamos beber, comer, onde iríamos ficar. Foi um caos terrível – descreve.
A médica brinca que poucas vezes foi tão bem recebida em casa pela família:
– Eles quase me esmagaram de tanto que me abraçaram. Está todo mundo aliviado.
Mariana, grávida de quatro meses, e a família voltariam ao Brasil no sábado, dia 9, mas acabaram surpreendidos pelo furacão que atingiu a ilha dias antes. O contato com o Brasil foi remoto, o que tornou a situação mais complicada. Além do trio, o grupo de dança farroupilhense Fêmina Escola de Dança que fez uma apresentação no Parque da Disney, em Orlando, também enfrentou dificuldades para retornar. Os gêmeos caxienses Augusto e Antônio Dartora De Martini, 14 anos, e a mãe Talu Andréa De Martini, que desde janeiro moram em Bradenton, na Flórida, precisaram buscar refúgio num alojamento na cidade da Costa Oeste americana.