O principal apontamento do relatório feito por fiscais do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) no início do mês nas unidades básicas de saúde (UBSs), nos hospitais Pompéia e Geral e no Pronto-Atendimento 24h (Postão), em Caxias, pede a interdição médica do serviço 24h.
Segundo o presidente da entidade, Fernando Weber Matos, o local só não terá o trabalho médico interditado; Com isso, ficaria proibida a atuação de médicos, incluindo consultas, internações, cirurgias e demais procedimentos por ser o único a oferecer atendimento de urgência e emergência na cidade. A Upa Zona Norte, o único serviço capaz de atender a demanda, só tem previsão para abrir em setembro.
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Relatório sobre o Postão, em Caxias, é entregue às autoridades
Nesta terça, segundo Matos, a promotora Adriana Chesani, do Ministério Público, solicitou que a entidade médica faça um novo relatório apontando o que deve ser reparado pela prefeitura imediatamente no Postão, detalhando prazos. Matos não soube afirmar quando entregará o novo relatório ao MP e também não quis detalhar quais são as obras que devem ser realizadas com urgência no Postão:
– Alguns reparos devem ser feitos imediatamente, outros com prazo de cinco dias, outros 10. A situação é caótica ali e só não será interditado por ser o único da cidade. Esse é o único argumento que o mantém aberto.
Os apontamentos do relatório do Cremers também pedem a interdição e o fechamento imediato da unidade básica de saúde do bairro Fátima Baixo. Dentre os principais problemas detectados no postinho estão questões estruturais, como o teto que está caindo e um botijão de gás sem proteção. A solução apontada pelo Cremers é de que os atendimentos desta UBS sejam transferidos para os demais postinhos.
A promotora Adriana confirma que o fato do Postão ser o único serviço de urgência e emergência pesou para a não interdição do espaço, mas que não encontrou itens que prejudicassem, de fato, o atendimento no serviço. Então, solicitou novo documento que elencasse os itens emergenciais. O próximo passo, segundo Adriana, é uma reunião entre o Cremers e a secretaria municipal de Saúde para viabilizar a execução deste plano emergencial.
– Pedi que me apontassem as prioridades que possam permitir que o serviço tenha andamento. O que queremos é que esta reunião aconteça com urgência. Por enquanto, não se fala em interdição médica – explica a promotora.