Impasse entre médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e a prefeitura de Caxias do Sul pode estar próximo do fim. Isso porque os profissionais decidiram em reunião na noite de segunda que aceitam ter representatividade no Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv). Desde que a greve da categoria teve início, em abril, as negociações não avançavam por um motivo específico: os profissionais afirmavam que o Sindicato dos Médicos era o representante da categoria; já o Executivo dizia que apenas negociava com o Sindiserv, entidade do funcionalismo público.
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Conforme André Pormann, presidente da comissão dos médicos, a categoria encaminhou ontem uma proposta ao Sindiserv, que deve ser discutida com as duas partes. Na próxima terça, o prefeito Daniel Guerra (PRB) receberá o sindicato do funcionalismo para discutir a proposta.
– Essa foi a forma que encontramos para tentar encerrar a greve. O Sindiserv poderá atuar junto com a comissão de negociação para apresentar nossa pauta de reivindicações, sob a condição de manter a comissão com voz ativa no processo – afirma Pormann.
Na assembleia da segunda, os médicos definiram rumos para a greve, além de reafirmarem algumas reivindicações: a categoria quer a redução da carga horária para os servidores médicos com contrato de 20h e 33 horas, a possibilidade de compensação das consultas perdidas com reposição dos valores descontados da folha salarial dos grevistas, bem como o pagamento integral dos salários anteriores a greve, referente ao período em que havia somente o registro do ponto na entrada e atendimentos por cotas.
A proposta também cita as questões salariais reivindicadas pelos médicos, que hoje recebem salário mensal correspondente as cargas horárias semanais de 12h, 20h ou 33h. Segundo informações do documento, os profissionais pedem a incorporação da parcela autônoma especial (PAE), uma gratificação até que seja elaborado um plano de carreira específico para a categoria, além do salário base.
– Recebemos a proposta e ficamos com algumas dúvidas, por isso pedimos para conversar hoje. Dentre outras coisas, queremos que fique clara como será retomada do trabalho que está paralisado. Esse é mais um passo na negociação – adianta Silvana Pirolli, presidente do Sindiserv.