Milhares de pessoas aproveitaram as temperaturas agradáveis do fim de semana para passear pelo Parque Cinquentenário, em Farroupilha, onde, desde quinta-feira, é realizada a 22ª Festa Nacional do Kiwi. Esta edição, que prossegue até o dia 6 de agosto, será a última neste formato, uma vez que, a partir de 2018, a ideia da prefeitura é promover uma feira multissetorial em razão da perda de pomares da fruta nos últimos anos e da diversificação da economia do município. Conforme a organização, mais de 14 mil pessoas haviam passado pelo evento até a manhã de domingo.
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Na tarde deste domingo, a professora Naira Giani Contini, 43 anos, circulava pelos corredores em busca de produtos à base da fruta. Vibrou ao encontrar, na área dedicada às agroindústrias, um estande onde, além de kiwi, havia geleias e trufas. Apreciadora de eventos como a Fenakiwi, Naira saiu cedo de Montenegro integrando uma excursão de aproximadamente 20 pessoas para conhecer a festa farroupilhense.
– A feira está bonita, mas esperava encontrar mais kiwi, como vejo em outros municípios – lamentou.
A frustração de Naira faz sentido. Em três pavilhões, apenas dois estandes comercializavam a fruta in natura e outros dois, doces à base do ingrediente. Em um deles, o carro-chefe era um bombom com kiwi, leite condensado e chocolate.
Em outro, as opções eram kiwi com chantilly e espetinhos de kiwi com cobertura de chocolate. A calçadista Mareli Frosi, 47, e a filha, Camila Frosi Nunes, 12, se refrescaram com um sorvete de kiwi.
– Com esse calorão, vai muito bem! – disse Mareli, acrescentando estar triste com a despedida da festa.
Perto dali, as integrantes do Clube de Mãe As Milanesas, do distrito de Nova Milano, faziam a festa dos visitantes com seus grostolis e pães de dar água na boca. Desde quinta-feira, já haviam produzido 620 pães nos dois fornos de tijolos instalados no salão.
– É uma pena que esse será o último ano, porque a gente adora a Fenakiwi. O nome já é uma marca registrada de Farroupilha – resignava-se a presidente da entidade, Maria Terezinha Thomasini, 65.
Produtor da fruta há mais de 20 anos, o agricultor Celito Contini esperava superar a venda de uma tonelada do produto apenas no primeiro fim de semana do evento. No estande dele, o pacote de 900 gramas era vendido a R$ 4. Quem comprasse três pacotes, pagava R$ 10.
– Percebi que este ano estão procurando mais kiwi do que em festas anteriores. Pode ser porque as pessoas sabem que esta será a última festa – comparava.
Vendedora em um estande de malhas e casacos de pele, Andréia Mugnol reclamava do baixo volume de vendas, apesar do grande fluxo de visitantes:
– Está bem fraco. Quinta-feira o movimento foi péssimo e as vendas, também. Ontem (sábado) e hoje (domingo), tem muita gente, mas ninguém está comprando.