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A ocupação de grande terreno que deveria abrigar o centro comunitário do loteamento Aeroporto, na Zona Sul, ainda gera contestação. Isso porque há 17 anos o espaço é ocupado por uma família, que não paga aluguel, impostos e nem água. A casa na Rua Walter Carlos Afonso esquina com a Valdemira Raymundi, abriga atualmente oito pessoas.
A justificativa dada pelo produtor artístico Ranulfo Homem, presidente da associação dos moradores em 2003, é de que o local precisava de um zelador para não virar ponto de uso de usuário de drogas. Por isso, ele autorizou o uso por meio de um contrato temporário.
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– Tínhamos medo que todo aquele espaço se transformasse num ponto de drogas e de prostituição. Colocamos alguém para viver lá com a ideia de preservar o patrimônio e, ele vive lá até hoje. Não sei exatamente como está a situação neste momento, mas de fato, o terreno permanece intacto. Se não tivéssemos colocado alguém para morar lá, teríamos enfrentado um problema bem mais complicado – explica.
Por anos, o responsável pelo terreno e pela casa construída aos fundos foram esquecidos pela prefeitura. Em alguns períodos, ele até era procurado para regularizar a situação, porém tudo ficou na promessa. No ano passado houve uma oferta para que a família escolhesse um terreno legalizado em outro bairro.
– Trabalhei por todos estes anos sem receber salário ou ter direito a qualquer outro benefício. E continuo cuidando daqui, tanto que tudo permanece igual ao dia que me mudei para cá. Quando me ofereceram um outro lugar, fiquei feliz na hora, porque o que mais quero é ter um lugar meu. Só que daí nada saiu do papel – conta Claudio Baltazar da Silva, 61 anos.
O morador relata que a vontade de regularizar o terreno é grande, já que existe um limite de manutenção da casa, que foi construída há anos no local.
– Não posso arrumar o assoalho, porque a casa não é minha. Arrumei um problemão quando quis construir um banheiro. Moramos em oito pessoas aqui e não posso mexer em nada. Não está no meu nome, mas dediquei toda a minha vida para cuidar de um lugar que nunca foi meu – reclama.