Pelo menos 50 taxistas de Caxias do Sul protestaram contra o Uber na frente da casa do prefeito Daniel Guerra (PRB) na noite da quinta-feira. A ação iniciou por volta das 21h e durou até perto das 22h30min no bairro Colina Sorriso.A medida quis chamar a atenção para o projeto de lei do Executivo que regulamenta o Uber e os outros aplicativos de transporte individual de passageiros em Caxias do Sul.
Segundo o presidente da Associação dos Permissionários e Auxiliares do Serviço de Táxi de Caxias do Sul (Coopertaxi), Helton Damião Kurtz Gehlen, a intenção era chamar a atenção do prefeito para que revesse o projeto e aceitasse a inclusão de pelo menos duas demandas: uma emenda que limite o número de carros da Uber em Caxias, e outra que explicite a rodagem de carros com placas caxienses - e, se possível, que o automóvel esteja no nome do proprietário.
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– Da forma que está, só beneficia a empresa Uber. Não ajuda nem o próprio motorista do aplicativo, porque torna a concorrência desleal. E os taxistas tem limitação de número de carros circulando. Nosso serviço diminuiu em 70%, nosso ganha-pão está insustentável. Não estamos aguentando mais – desabafa Helton, cujo sindicato sustenta o aplicativo 54Táxi, com descontos aos usuários.
O protesto pediu ainda mais brevidade para o processo. O projeto está com a Câmara de Vereadores desde o início de maio, e aguarda a convocação de uma audiência pública para debater o projeto com a comunidade. O presidente Sindicato dos Taxistas (Sinditaxi), Adail Bernardo da Silva, disse que tomou conhecimento do protesto na manhã desta sexta, e reiterou que o sindicato não apoiou a iniciativa.
– Estamos negociando tanto com a prefeitura, como com a Câmara para colocar emendas no projeto. O processo está andando, o trabalho é difícil mas a gente está bem consciente que não é de uma hora para outra que se resolve – opina Adail.
O prefeito Daniel Guerra (PRB) não havia chegado em casa no momento do protesto, segundo a assessoria de imprensa. Ele ainda estava na prefeitura. O secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Cristiano de Abreu Soares, diz que cobrar do prefeito Guerra, neste momento, é uma ação equivocada.
– Não faz sentido porque está com o Legislativo já faz mais de um mês e ainda não nos passaram nada. A cobrança é legítima, mas devem cobrar da Câmara – acredita.
O Pioneiro tentou contato com o presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara de Vereadores, Elói Frizzo (PSB) para obter mais detalhes do andamento do processo, mas não teve retorno.