A morte do presidente emérito da Marcopolo, Paulo Bellini, causou consternação entre os deputados federais de Caxias do Sul. Os parlamentares são unânimes em apontar a visão empreendedora e a contribuição do empresário, não só à sociedade caxiense, mas ao país. Bellini estava internado no Hospital da Unimed para se recuperar de uma infecção, e morreu por falência múltipla de órgãos.
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Para o deputado Pepe Vargas (PT), uma das virtudes de Bellini foi ter sido um empresário que procurou desenvolver uma empresa ligada à comunidade:
– A Marcopolo sempre foi uma empresa extremamente vinculada aos assuntos da comunidade. Bellini é um tipo de empresário que talvez hoje em dia tenha poucos com esse tipo de característica, que empreenderam, construíram grandes empresas e mantinham relações com as comunidades onde estavam inseridos.
Funcionário licenciado da Marcopolo, o deputado Assis Melo (PCdoB) travou algumas batalhas com Bellini quando era dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos. Mas, apesar das posições em campos opostos, Assis diz que sempre houve respeito mútuo. Ele também recorda do empresário circulando pela fábrica, principalmente em eventos, como as festas de fim de ano da empresa.
– É uma grande perda, não só para a nossa cidade, mas para a nossa região e o país. Foi um grande empresário, que tinha uma visão de desenvolvimento do país. Esperamos que as suas ideias como empreendedor possam permanecer, porque é isso que a gente precisa – diz Assis.
Deputado federal pelo PMDB, Mauro Pereira, aproximou-se de Bellini nos últimos anos por conta da preocupação que o empresário tinha com a situação econômica do país. O empresário, segundo Mauro, queria evitar demissões.
– Nos momentos de dificuldade dessa crise, que começou em 2014, tive algumas conversas com ele, porque ele estava muito preocupado com a situação do Brasil e, ao mesmo tempo, ele cobrava muito de mim, do meu trabalho, uma agilidade na volta do crescimento do país. Nós tivemos muitos contatos, ele sempre preocupado com a empresa, em manter empregos e fazer com que a economia do Brasil melhorasse – conta Mauro.