Estão em estudo na Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) alterações que podem atender a pelo menos duas reivindicações antigas dos permissionários dos táxis-lotação em Caxias do Sul: o aumento da frota, que, após 17 anos de atividades, ainda permanece em 21 micro-ônibus, e a ampliação das linhas para abranger outros pontos da cidade. Hoje, apenas quatro regiões estão contempladas com o serviço. Ainda não há prazo para o novo edital ser lançado.
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A demanda é baseada no atraso dos deslocamentos e na descaracterização do serviço, já que com um valor de passagem menor do que o transporte coletivo urbano (R$ 3,25 contra R$ 3,40, dos ônibus), os táxis-lotação não atendem mais a um público seleto, como era a ideia inicial. De acordo com secretário de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares, técnicos estudam o edital baseado no formato do serviço e com capacidade para atender às expectativas dos usuários.
– Estamos cientes dos constantes atrasos nas linhas em razão do tamanho da frota, que é bem inferior ao necessário, mas, para montar uma licitação, vários outros pontos precisam ser analisados e, para isso, precisamos de um tempo ainda. O formato que existe hoje não é capaz de oferecer um serviço de qualidade e diferenciado – reconhece Soares.
Há 13 anos, a ampliação das lotações já era cobrada pela comunidade. Na época, a ideia era aumentar para 40 o número de veículos rodando. Em outubro do ano passado, a prefeitura prometeu lançar uma nova licitação para a ampliação do serviço. A promessa, inclusive, era de que os novos azuizinhos já estivessem circulando no começo de 2017. Porém, a Justiça embargou está e outras duas licitações anteriores por entender que o edital era direcionado às empresas que já detém o serviço. Desde 2000, quando o serviço foi implantado em Caxias, seguem os mesmo permissionários, incluindo a empresa Visate, detentora de seis permissões.
Para o presidente da Associação Caxiense de Táxi-Lotação (ACTL), Everton Luis Pereira Silveira, a burocracia enfrentada para criar a licitação prejudica muito o serviço. Além disso, a falta de reajuste da passagem também impede a renovação da frota já existente: o reajuste anual, esperado para janeiro, foi negado justamente pela defasagem da frota e da qualidade do serviço.
– Hoje, enfrentamos uma superlotação, porque o valor da passagem é inferior ao cobrado pelo transporte público. Isso não só descaracteriza o formato do nosso serviço, como nos faz perder a qualidade. As pessoas têm razão em reclamar, mas nós tentamos fazer de tudo para oferecer um bom atendimento, cumprindo horários e tudo mais. Mas, esbarramos na falta de veículos e no aumento de público que opta por se deslocar com táxi-lotação – afirma Silveira.
Inicialmente, a Secretaria de Transportes informou que estava analisando analisa a ideia de acabar com as licitações toda vez que for necessário criar linhas novas. Pelo plano que estava sendo estudado, um ato do Executivo poderia fornecer transporte seletivo para localidades onde houver demanda para o serviço. Contudo, diferentemente do que informou o secretário Cristiano de Abreu Soares, a prefeitura de Caxias do Sul diz que não é possível criar novas linhas sem licitação.
O SERVIÇO ATUAL
:: Número de linhas: 4 (UCS/Shopping, Rio Branco, Ana Rech e Aeroporto).
::Número de veículos: 21 (eram 22, porém um dos proprietários faleceu e o veículo foi retirado de circulação).
::Passagem: R$ 3,25 (a falta de atualização da frota implica diretamente no cálculo da passagem. Por isso, andar nos azuizinhos custa R$ 0,15 a menos que no transporte coletivo comum).
:: Quando o serviço começou a operar em Caxias, a lei determinava que a quantidade de micro-ônibus era limitada a 10% da frota de veículos do transporte coletivo urbano. Há 17 anos, a frota dos coletivos era de 220, hoje ela já se aproxima de 400 veículos. Ou seja, ao menos 40 táxis-lotação deveriam circular em Caxias.