O prefeito Daniel Guerra (PRB) deu o primeiro passo para uma alternativa para garantir o transporte público urbano em Caxias do Sul. Pela primeira vez, o Executivo convocou uma reunião com o setor de transporte privado de passageiros. A reunião terminou por volta das 18h desta segunda-feira com uma missão. Desde as primeiras horas da manhã nenhum ônibus circula no município por causa de uma greve dos funcionários da Visate.
O Sindicato das Empresas de Fretamento e Turismo da Serra Gaúcha fará um levantamento sobre a frota de ônibus disponível na cidade para atender a população, que desde a manhã desta segunda-feira está sem o serviço. A hipótese já vinha sendo cogitada há vários dias, mas trazia apenas o nome de uma empresa, o que acabou não se confirmando.
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A negociação entre a prefeitura e o grupo de transportadoras se daria de forma emergencial, por meio de um credenciamento. A solução é paliativa, para não deixar de prestar o serviço em caso de rompimento contratual com a Visate ou em um eventual prolongamento da greve dos funcionários da concessionária.O presidente do sindicato, Leonardo Boff, é cauteloso e diz se tratar apenas de uma conversa inicial:
– Vamos analisar a partir de amanhã, junto às empresas, quantos ônibus poderiam estar disponíveis para atender a cidade nesses horários. Muitas transportadoras têm compromisso com as empresas de Caxias. Temos que ver a possibilidade de isso ser feito e qual o impacto para o nosso trabalho. O importante é ressaltar que o fretamento em Caxias é um segmento gigante, mas que nunca foi visto.
Segundo Boff, do total da frota de ônibus, a Visate corresponde a apenas um pequeno percentual. Hoje são 1,8 mil veículos em operação, mas Boff diz que é necessário fazer um filtro, porque há transporte escolar e de turismo, por exemplo. Restariam 1,6 mil veículos de fretamento.
– A greve da Visate pode não ser tão representativa quanto parece, basta ver que hoje nenhuma loja deixou de funcionar. Os estudantes que faltaram às aulas não representam um impacto tão grande no funcionamento da cidade – analisa o presidente.