A poucos dias da celebração de Finados, a Igreja Católica divulgou as novas diretrizes para a sepultura dos mortos e a conservação das cinzas daqueles que são cremados, por meio das quais proíbe espalhá-las ou mantê-las em casa.
Segundo a decisão aprovada pelo papa Francisco em março e revelada somente na terça-feira, as pessoas que desejarem que suas cinzas sejam espalhadas não poderão ter funerais católicos.O bispo da Diocese de Caxias do Sul, dom Alessandro Ruffinoni, diz que o documento serve mais como uma orientação para evitar que católicos se arrependam.
– Muitas pessoas espalham as cinzas e depois se ressentem de não ter um lugar para homenagear os entes queridos. É um conselho para evitar esses sentimentos – explica Ruffinoni.
Sobre os funerais, o bispo ameniza:
– Não vamos negar uma cerimônia religiosa.
Segundo as normas, ilustradas no Vaticano pelo cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, as cinzas devem ser mantidas em um cemitério ou em um local sagrado. Não é permitida a conservação das cinzas em casa e nem a dispersão no ar, na terra ou na água.
– Evita-se o risco de que os mortos sejam esquecidos por suas famílias e pela comunidade cristã –, explicou à imprensa o cardeal alemão, cujo cargo costuma ser chamado de "guardião da fé".
Leia mais
Uber realiza reunião com motoristas interessados em Farroupilha
Mulher é presa por agredir a filha de 3 anos, em São Francisco de Paula
Limpeza e pintura de gavetas só serão permitidas até quarta-feira, em Caxias
Müller também lembra que desde 1963 é permitida a cremação, uma prática que, reconhece, "se difundiu notavelmente em muitos países, mas que também esteve acompanhada pela propagação de ideias que estão em desacordo com a fé", disse. Em casos "excepcionais e graves", os bispos locais podem conceder a permissão de conservar as cinzas em casa, como é o caso das zonas de guerra, onde a sepultura é dificultada.
A igreja católica proíbe que as cinzas se convertam "em recordações, joias e outros objetos", assim como a distribuição das cinzas de um falecido entre os diferentes parentes, uma recomendação que se aplica de forma retroativa às relíquias dos santos. O texto do Vaticano reitera a posição tradicional da Igreja, que recomenda que os corpos dos falecidos sejam enterrados em cemitérios ou santuários.