A primeira manhã de aula no Instituto Cristóvão de Mendoza, após pouco mais de um mês de ocupação por alunos e posteriormente por pais, foi tranquila. Antes de adentrarem as salas de aulas, dezenas de docentes se reuniram na sala dos professores para uma prece, pedindo pelo retorno pacífico no convívio escolar.
– Queremos paz aqui dentro. É como se começássemos o ano novamente. É um período muito difícil, que esperamos que seja superado. Recomeçamos o ano letivo – define a vice-diretora Karen Abreu de Oliveira.
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As aulas já haviam sido retomada parcialmente no começo do mês. Ainda que a volta às aulas tenha sido pacífica, a direção do Cristóvão solicitou aos alunos integrantes da ocupação que recolocassem cadeiras nas salas, desmanchando barricadas, e organizassem móveis e outros itens que estavam foram do lugar - por terem movido classes e cadeiras, alunos relataram não ter onde sentar para assistir a aula nesta manhã. Possíveis depredações e danos ao prédio foram constatados e formalizados à Polícia Civil no sábado de manhã, em uma perícia que identificou pichações, estragos em fechaduras ou vidros.
– A escola é de todos, mas as depredações foram feitas por alguns alunos. Infelizmente, temos que cobrar a direção sobre estes danos, então é necessária uma vistoria para formalizar – explica a titular da 4ª Coordenadoria Regional de Educação, Janice Terezinha Zambarda Moraes.
Como parte dos alunos já colaborou para reorganizar ambiente, restaram alguns danos pontuais - como a fechadura do auditório, espaço que está interditado desde 2013, e que parece ter sido arrombado durante as ocupações.
– Nós temos as fotos de todas as depredações –afirma a vice-diretora.O Pioneiro tentou conversar com representantes do movimento de ocupação, mas afirmaram que não dariam entrevista ao jornal.