Por pouco, o roubo de uma carteira em uma parada de ônibus no bairro Cinquentenário, em Caxias, não termina em tragédia para o estudante Rodrigo de Oliveira Rodrigues, 27 anos. Esfaqueado quando tentava fugir de dois criminosos, ele acabou com o pulmão perfurado e se recupera no Hospital Pompéia.
De janeiro a meados de maio deste ano, Caxias já registrou 522 roubos a pedestres. Em abril, a média era a de 4,5 assaltos por dia. Investigada como latrocínio, o roubo de um celular pode ter motivado o assassinato de Fernando Giovani Maculan, 17 anos, encontrado esfaqueado em uma parada de ônibus da Rua Rua Pinheiro Machado esquina com a Treze de Maio, no dia 11 de maio.
No caso de Rodrigo, os assaltantes visavam a mochila do rapaz. Por volta das 20h de segunda-feira, ele aguardava o ônibus para a Universidade de Caxias do Sul, na Av. Júlio de Castilhos. Ele estava em uma parada em frente ao colégio Cristóvão de Mendoza, do outro lado da rua, quando a dupla de assaltantes se aproximou. Um dos bandidos encostou uma faca na cintura do estudante e exigiu a mochila.
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Rodrigo entrou em luta corporal com os bandidos e os três caíram no chão. O rapaz conseguiu levantar e saiu correndo. Ao chegar na esquina da Rua Maria D'avilla Pinto, ele tropeçou e caiu. Foi aí que os criminosos o esfaquearam nas costas e roubaram a carteira que estava em um bolso. Rodrigo gritou por ajuda e foi socorrido por moradores, que o levaram para casa, nas proximidades. Os criminosos conseguiram fugir. A família só percebeu a gravidade do ferimento quando o estudante começou a ter dificuldade para respirar. A Brigada Militar, que registrava a ocorrência, acionou o Samu.
– O que fica é o sentimento de impotência e um pouco de raiva também – conta ele, depois da cirurgia, no hospital.
Não é a primeira vez que o rapaz reage a um assalto. No ano passado, no mesmo ponto onde foi roubado, ele evitou que duas mulheres fossem roubadas derrubando os bandidos que tripulavam em uma moto. Ele e as vítimas correram e os criminosos fugiram.
Segundo Neida de Oliveira, 68, tia da vítima, assaltos a pedestres são frequentes em três pontos do bairro, todos na Júlio: nas proximidades do Cristóvão, do Senac e do viaduto. Para a família, uma das formas de tentar se proteger é mudar a rotina, usando outras paradas.