Caxias do Sul quer conhecer melhor as pessoas com deficiências (PCDs) para melhor protegê-las e atendê-las. Até o fim do ano, a Coordenadoria de Acessibilidade quer concluir o mapeamento iniciado em fevereiro, que resultará num banco de dados onde constará a região onde mora, local de trabalho, tipo de deficiência, entre outras informações.
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A partir disso, a prefeitura acredita que pode ter políticas públicas mais efetivas para um público sobre o qual pouco se sabe em dados estatísticos. A falta de um levantamento faz com que, historicamente, Caxias tenha como única referência o censo demográfico do IBGE de 2010.
De acordo com o documento, 23% dos moradores de Caxias possuem alguma deficiência, sendo a maior parte delas visual. O trabalho ainda é incipiente e conta com dados parciais enviados por entidades como a Associação Regional dos Deficientes Físicos (A/rampa), o Conselho Integrado das Pessoas com Deficiência (Cidef) e a Sociedade dos Surdos e Instituto da Audiovisão (Inav).
Os próximos passos incluem treinamento para que entidades governamentais e não-governamentais possam aderir ao mapa, incluindo escolas, faculdades, secretarias municipais, Fundação de Assistência Social, Defensoria Públicas e Ministério Público, entre outras. As informações são transmitidas através do WebPCD, um software desenvolvido por um técnico de informática da prefeitura.
- Esse mapeamento irá permitir que a gente tenha políticas públicas mais efetivas para os deficientes, pois irá ajudar a identificar regiões da cidade onde se façam necessárias demandas específicas. Seja uma academia adaptada onde houver concentração maior de cadeirantes ou um piso tátil e retirada de obstáculos onde houver número maior de deficientes visuais - exemplifica Rosa.
Nos primeiros 20 dias, o WebPCD recebeu 269 cadastros. Entretanto, mesmo as entidades que já enviaram seus dados ainda não haviam concluído seus levantamentos.
Adequações para receber Christopher
Na Escola Luciano Corsetti, bairro Kayser, desde o início do ano letivo o estudante Christopher da Luz Basque, seis anos, pode usufruir de uma estrutura projetada para atendê-lo. É uma rara exceção. O aluno do 1º ano do Ensino Fundamental é o único cadeirante da escola, o que de maneira alguma torna as obras de adaptação feitas para ele menos importantes.
- Agora temos a estrutura para receber o Cristopher com toda a comodidade que ele merece - anima-se a diretora Nahiara Radaelli Schio.
Com quase 1,3 mil alunos, a Luciano Corsetti é uma das maiores escolas de Caxias do Sul. As adequações que a tornaram também a mais completa em termos de acessibilidade incluem instalação de elevador, execução de rampas de acesso, readequação das portas e reorganização do espaço interno. Ainda houve a substituição do piso interno e externo, readequação do esgoto pluvial e coberturas metálicas.
Além de Cristopher, as melhorias servirão para dois alunos que estão com a perna quebrada. Isso sem considerar, é claro, outros PCDs que poderão ingressar na escola no futuro.
- Ainda não sabemos lidar muito bem com a acessibilidade, e a Educação tem um papel muito importante nesse tema. Precisamos trabalhar nas escolas para dar autonomia aos deficientes, porque é isso o que é acessibilidade - afirma a secretária municipal de Educação, Marléa Alves.
Atualmente, das 86 escolas de ensino fundamental da rede municipal, 77 estão adaptadas em algum nível para receber PCDs. A Smed ainda planeja ampliar esse número, mas alega inviabilidade técnica em alguns casos para atender a 100% das instituições.
Não há um dado atual sobre o número de estudantes PCDs em Caxias do Sul. O levantamento será realizado após o primeiro mês do ano letivo, quando todas as matrículas terão sido efetivadas.
Levantamento
Mapeamento permitirá identificar quantos e quem são os deficientes de Caxias
Prefeitura acredita que, com isso, pode ter políticas públicas mais efetivas
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