Apesar da crise, o Hospital Pompéia, em Caxias do Sul, tem conseguido manter o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas não se sabe por quanto tempo. Segundo o superintendente-geral da instituição, Francisco Ferrer, o repasse por parte do Estado para cobrir atendimento de urgência/emergência, UTI, gestantes de alto risco e traumatologia está atrasado desde dezembro.
Já são R$ 1,34 milhão em haver. Se a regularização não for feita até o dia 25, quando vence a parcela de fevereiro, a soma irá a mais de R$ 2 milhões
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- Esses valores têm sido pagos sempre com três meses de atraso. Além disso, no ano passado recebemos R$ 6 milhões a menos com a suspensão dos repasses do IOSP (cofinanciamento que ajudava no custeio dos hospitais filantrópicos) - lembra o superintendente.
Outro problema é a defasagem de 60% na tabela do SUS, acrescenta. Se a reposição de valores do cofinanciamento e a recomposição da tabela do SUS (esta por parte do governo federal) não ocorrerem ao longo de 2016, os cortes em atendimentos, que já ocorrem em outros hospitais gaúchos, vão chegar hospital caxiense.
O temor é que a situação se deteriore a ponto de ficar semelhante à de outros hospitais gaúchos. Também presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul, Ferrer revela que, a nível estadual, os atrasos nos repasses já somam R$ 1,4 bilhão. Do total de 245 hospitais, 35% estão com atrasos em salários ou encargos trabalhistas, e 17% não conseguem pagar os fornecedores em dia. Além disso, houve redução de 8% no atendimento de internações, cirurgias eletivas, atendimentos ambulatoriais e diagnósticos no ano passado, e demissão de 4 mil funcionários dessas instituições.
- No Pompéia, estamos com os pagamentos de funcionários relativamente em dia, mas já experimentamos dificuldades para pagar os insumos e reduzimos nosso quadro em 8% em 2015.
O atendimento só tem sido mantido, conforme Ferrer, graças à parceria do município, que repassa mensalmente R$ 155 mil à instituição (outros R$ 350 mil são repassados todo mês ao Hospital Geral).
- No último quadrimestre de 2015, investimos 31,73% da arrecadação na área, mais do que o dobro do mínimo constitucional, de 15% - salienta a secretária municipal de Saúde, Dilma Tessari.
