Famílias se unem para colher a uva
A ordem dos produtores de uva para amenizar o prejuízo da quebra de 60% na safra é não gastar com a mão de obra. A média da diária fica em torno de R$ 120. O jeito foi organizar mutirões e partir para a colheita.
Funciona assim: seis ou sete famílias da mesma comunidade se unem para colher a safra de um dos produtores. São cerca de 10 pessoas que, juntas, fazem uma devassa nas parreiras. Quando terminam, partem para o parreiral do vizinho.
É assim na propriedade de Joel Caldart, no interior de Flores da Cunha. Ele vai colher 60 toneladas da fruta. Com a ajuda dos moradores, já colheu 40% da safra.
Se no ano passado, ele levava quase um mês para retirar toda a uva, este ano vai levar, no máximo, duas semanas. Isso porque, segundo ele, os cachos estão pequenos e o serviço não rende. Nos parreirais de Caldart apenas dois safristas se integram ao grupo. O restante fica por conta da solidariedade e da união.
O produtor Dolor Mezzomo, 63 anos, já colheu sua safra e agora ajuda o vizinho. Colheu 30 mil quilos da fruta, contra 90 mil na colheita passada. Mesmo assim não perde o humor debaixo dos parreirais.
- É uma oportunidade de visitar e conversar com os vizinhos. Contamos piadas e rimos muito. O tempo passa rápido - ressalta Mezzomo.
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Ivanete Marzzaro
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