O número de pombos mortos na Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul, chegou a 120. Entre a noite de quarta e a manhã de quinta, 50 animais foram encontrados. Na manhã de quarta, a praça havia amanhecido com outros 70 sem vida. Nas duas noites, farelo de milho envenenado teria sido deixado no local.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela secretaria de Meio Ambiente junto ao 1º Distrito Policial, que investiga os outros três casos. De acordo com o delegado Rodrigo Duarte, que substitui o titular da 1ª DP, os primeiros procedimentos a serem adotados são a análise da substância recolhida, a verificação das imagens das câmeras de segurança - são duas, uma na esquina da Montaury com a Júlio de Castilhos e outra na Sinimbu com a Marquês do Herval - e o contato com a Guarda Municipal, que vigia o lugar.
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Ao que tudo indica, porém, o crime não foi percebido pelos agentes da Guarda. Por falta de uma guarita, a praça é monitorada por uma das três viaturas que circulam pela cidade (outras duas estão destinadas para a fiscalização de represas e áreas públicas). Hoje, 183 guardas monitoram mais de 240 pontos de Caxias, divididos em quatro turnos de 12 horas. Na praça Dante, em 24h, a viatura circula entre 15 a 20 vezes.
- Há lugares em que temos agentes fixos, como o Pronto Atendimento 24h. Na praça, até por conta do comércio ambulante, nossa atuação é maior de dia. O maior problema ali é não ter uma guarita para a fiscalização permanente -avalia o gerente de fiscalização, Márcio Laguna.
O delegado Rodrigo Duarte não soube informar sobre os outros casos investigados.
Remanejo é prejudicado
Se a ração envenenada foi largada na praça com a intenção de exterminar os pombos, a longo prazo, é possível que haja o efeito contrário:
-Se esses animais percebem que estão sendo atacados, eles se reproduzem de forma mais rápida. É um mecanismo de defesa - alerta a secretária interina de Meio Ambiente, Letícia Dias Lima.
No ano passado, a secretaria começou a remanejar os pombos para um viveiro no interior de Caxias. Ração era colocada em diferentes pontos, sobre prédios, para que os animais se acostumassem a se alimentar naqueles locais. Com armadilhas, os primeiros foram capturados e levados para o viveiro, onde podem ficar até um ano.
A ideia é estudar o comportamento das aves, controlar a sua reprodução e depois reintegrá-los ao seu habitat natural, fora do perímetro urbano. Em fevereiro, o trabalho ganharia mais agilidade. Hoje, estima-se que a população de pombos em Caxias varie de 3 a 4 mil. O viveiro tem capacidade para 1,8 mil animais.
- O manejo começou de forma sutil justamente para que esses animais não percebessem nossa ação e para que desenvolvêssemos uma estrutura adequada. Tudo isso agora está prejudicado - encerra a secretária.
Meio Ambiente
Número de pombos mortos na praça Dante, em Caxias, chega a 120
Caso é investigado pela polícia
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