O Dia dos Namorados de 2014 foi o último que Joelson Azevedo de Souza, 20 anos, passou com a namorada. Era 13 de junho daquele ano. O rapaz dirigia seu Escort da área central de Bento Gonçalves em direção a Tuiuty, no interior, quando se envolveu em acidente com outros dois veículos, no Km 210 da BR-470. Os pais, Clécio Neves de Souza, 44 anos, e Zenaide de Souza, 43, talvez jamais tenham certeza do que causou a morte do filho, mas relatam: o trecho onde ocorreu a colisão estava tomado de buracos. A BR-470 é uma das estradas mais críticas da Serra: onde não há buracos na pista, o asfalto tem rachaduras, as terceiras faixas são raras e falta acostamento.
- Era um bom motorista, por isso que estava com a carteira na mão. Ah, foi muito triste, nossa, sem explicação o que aconteceu. Era o único filho homem da gente - lamenta a mãe.
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Todos os dias a mãe reza junto ao altar montado na sala, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, santa de que Joelson era devoto. Um orgulho para a família, Joelson trabalhava desde os 14 anos e prestou serviço militar por um ano. Sonhava em comprar um apartamento e em ajudar as duas irmãs.
Antes de perder o filho, Clécio já carregava um trauma causado pela BR-470. Em 2006, ele sobreviveu a um acidente que matou a irmã dele, Vanda de Souza da Motta, 46, e os netos dela, Eduardo Gabriel de Souza da Motta, cinco, e Emanuele da Motta, três.
Clécio e Zenaide gostariam de fazer um apelo às autoridades por mais segurança na estrada, mas faltam palavras.
- Não reconstrói mais a vida. Não tem como - resume o pai.
*colaboraram André Fiedler (Rádio Gaúcha Serra) e Jean Prado (RBS TV)
Serra Imobilizada
"Não reconstrói mais a vida", diz pai de homem morto na BR-470 em Bento Gonçalves, em 2014
Joelson Azevedo de Souza morreu em junho daquele ano
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