Tríssia Ordovás Sartori
Faz pouco mais de seis meses que o vitivinicultor Arlindo Luiz Dallegrave, 77 anos, soube da existência de uma carta redigida por Antonio Dalle Grave, irmão do tataravô italiano. Em julho de 1876, o primeiro imigrante da família escreveu aos pais a fim de dar satisfações sobre a longa viagem transoceânica e projetar o futuro. Disse que havia comprado um lote no Sul do Brasil e ele era fértil, que o ar e a água eram bons, além de convidar os familiares a saírem da Itália.
Quase 140 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes italianos, Arlindo ainda se comove por ter visitado entre março e abril os recônditos de onde os parentes saíram, em Callibago de Santa Giustina, na Itália, e ter acesso ao documento pelas mãos da diretora do museu do Feltre. Talvez porque ele ainda trabalhe na terra que tanto inspirou os antepassados, onde cultiva uvas desde sempre numa propriedade em Loreto.
- Meu pai foi agricultor a vida inteira. É interessante notar que, se os imigrantes não conseguiram realizar o próprio sonho, a terceira e a quarta gerações estão usufruindo do progresso gerado por eles - avalia.