Vizinhos foram peças importantes para esclarecer o desaparecimento de Clair de Fátima Rech, 52 anos. A mulher, que trabalhava como camareira em um hotel de Caxias, sumiu na última segunda-feira e foi encontrada morta na manhã de sábado. O corpo estava no canil da casa de uma conhecida de Clair, que foi presa como principal suspeita do crime - o nome está sendo preservado porque a prisão é temporária.
Leia as últimas notícias do Pioneiro
Entre os amigos mais próximos de Clair estava o casal Ivonete Teresinha Nunes e Daniel Machado Klein. Eles moram perto da casa em que ela residia, no loteamento São Gabriel. Ao casal de amigos, Clair confessou um segredo que não havia contado nem à família: o cartão de crédito dela estava com uma dívida de aproximadamente R$ 7 mil, mas o dinheiro não tinha sido gasto por ela. Aí estava a chave para o corpo ser encontrado.
- A Clair emprestou o cartão com a senha para ela (a suspeita do crime) pagar uma conta, isso faz uns três meses. A partir daí, as dívidas foram só aumentando. Pelo que sabemos, a vizinha estava construindo uma casa em Santa Catarina com o dinheiro da Clair - conta Ivonete.
O casal foi o primeiro a dar falta de Clair, ainda na segunda-feira, quando ela não voltou para casa depois de sair do trabalho. Daniel arrombou a casa da vizinha na terça, mas não a encontrou. Ivonete passou a ligar para todos os conhecidos de Clair e descobriu que ela tinha saído do hotel onde trabalhava na companhia da principal suspeita do crime. Depois daquilo, a camareira não foi mais vista.
Clair morava sozinha, era divorciada e não tinha filhos. Suas paixões eram os cães Joaquim, Francisco, Antonela e Valentina. A cachorrinha mais nova, havia sido um presente da principal suspeita do crime, que tem um canil.
De acordo com Catiana Bergamaschi, umas das irmãs da vítima, Clair não havia contado dos problemas que estava enfrentando com a vizinha. Ela acredita que a irmã estava sofrendo ameaças.
- Na sexta de tarde, estava na casa da minha irmã em busca de algum documento, alguma agenda em que ela pudesse ter anotado algo. Quando estava saindo, ela (principal suspeita do crime) veio até e mim e perguntou "tu tem alguma notícia da minha amiga? Estou desesperada". É uma psicopata - acusa Catiana.
A presidente do loteamento São Gabriel conta que a comunidade está revoltada com a morte de Clair, ainda mais porque o cenário do crime foi no loteamento vizinho, o Vila Amélia.
- A Clair era uma pessoa muito prestativa, humana, estava sempre querendo ajudar os outros, era muito verdadeira. Perdemos uma amiga, um pedaço da gente - relata Sônia Teresinha da Silva de Jesus.
Amigos e familiares querem justiça para o responsável pela morte de Clair. Além de Catiana, a vítima deixa os irmãos Maria Helena, Nadir e Joice; e os pais Adelino e Maria Rosalina. Ela foi sepultada na manhã deste domingo, em Ana Rech.