O cerco à alta velocidade no perímetro urbano de Caxias do Sul e em Farroupilha, na movimentada ligação com Bento Gonçalves, ainda não está em pleno funcionamento. Das 21 lombadas eletrônicas anunciadas em julho para um trecho caxiense de pouco mais de 30 quilômetros da BR-116, 13 já estão instaladas, mas três não funcionavam na segunda-feira.
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Em Farroupilha, cinco equipamentos que haviam sido retirados da RSC-453 já foram reinstalados, mas ainda não operam. Dois controladores na RSC-453 em Caxias (chamada de Rota do Sol), no bairro Santa Fé, foram recolocados mas também ainda não operam.
Dos equipamentos colocados na BR-116, todos têm limite de velocidade de 50 Km/h, com exceção de dois em Santa Corona, onde a tolerância é de 40 Km/h. Questionado ainda na quarta-feira quanto à previsão para concluir a instalação das lombadas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não respondeu até a conclusão desta reportagem. No início de julho, o Departamento havia anunciado a instalação até o dia 15 do mesmo mês.
Ainda em julho, dispositivos colocados junto à passarela do bairro São Ciro foram removidos. Estudos de implantação haviam sido realizados antes de a travessia para pedestres ficar pronta.
Para o chefe da 5ª delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alfonso Willembring Júnior, pelo menos um dos pontos da lista do DNIT ainda não contemplados carece de controladores com urgência: as proximidades da empresa Marelli. Na opinião de Alfonso, lombadas no sentido Ana Rech-centro de Caxias seriam suficientes.
- Eu ainda sugeri ao Dnit um outro ponto, ali perto da All Need, onde tem várias curvas e seguidamente ocorrem acidentes, capotamentos, no sentido Ana Rech-Caxias - completa.
Quanto a Farroupilha e ao bairro Santa Fé o Daer diz, via assessoria de imprensa, que a previsão é de iniciar a fiscalização ainda neste mês. Os equipamentos passam por aferição do Inmetro antes de começarem a registrar a velocidade dos veículos. O departamento ainda acrescenta que radares devem ser instalados nos quilômetros 109 e 110 da RSC-453, em Farroupilha (perto de Buratti), mas que depende de aditivo com a empresa responsável.
Sem esperanças para acesso ao Cidade Industrial
Apesar de o secretário estadual de Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen, ter prometido uma lombada eletrônica para um dos pontos mais perigosos da Rota do Sol, não há qualquer projeto tramitando no Daer, responsável pelo trecho onde ao menos 18 pessoas perderam a vida desde 1997. Trata-se do Km 72 da ERS-122, no acesso ao bairro Cidade Industrial, em Caxias. Em junho, em rápida entrevista coletiva após visita ao aeroporto Hugo Cantergiani, o secretário disse que instalaria a lombada e acrescentou:
- Nossa intenção é fazer com que essas coisas aconteçam (melhorias na rodovia), para o bem-estar das pessoas. Se morre um já não se justificava. Dezoito então já não tem explicação.
Antes da declaração de Westphalen, o Daer já havia dito não ter previsão de lombada, pardal ou quebra-molas para o trecho. Depois da declaração do secretário, o próprio diretor-geral do departamento Ricardo Nuñes deu prazo de três meses para implantar o equipamento. A data havia sido anunciada para o titular da 2ª Promotoria de Justiça Especializada, Ádrio Gelatti.
Contradizendo o secretário Westphalen e o diretor-geral do Daer, na semana passada, a assessoria de imprensa reafirmou que "não há na Superintendência Monitoramento de Trânsito algum expediente tramitando para instalação de lombada eletrônica no local".