Até o dia 15 de agosto, o Pioneiro abre espaço para os jovens de Caxias do Sul debaterem propostas que possam servir de parâmetro para mudanças na educação, saúde, segurança e cultura, entre outros. É pauta inspirada no tema da Conferência Nacional da Juventude sobre as várias formas de mudar o país.
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Você pode participar deixando sua opinião na página do Pioneiro no Facebook, indicando o que falta para melhorar a vida dos jovens caxienses. Algumas sugestões serão usadas em reportagem no próximo final de semana.
A série é produzida em colaboração com rapazes e moças de diferentes segmentos da cidade. Também assinala a Semana Municipal da Juventude, com programação até a próxima segunda-feira, dia 17 de agosto.
O texto abaixo é de autoria da estudante universitária Juliana Costa Macedo, integrante da ONG Construindo Igualdade.
Preconceito
Oi galera. Meu nome é Juliana, tenho 26 anos. Sou estudante de Enfermagem na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Faço parte da ONG Construindo Igualdade. Tenho cadeira representativa da sociedade civil no Conselho Municipal da Juventude.
Nasci na periferia de Caxias, vim de uma família humilde, de pai solteiro. Tenho seis irmãos mais novos do que eu. Sofri muito preconceito ao longo dos anos por ser afrodescendente e PCD (pessoa com deficiência). Agora, sofro ainda mais porque por ser do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros).
Luta
Com o passar dos anos vi meu pai lutar e batalhar como outros pais e mães. Para termos uma vida melhor, procurei ir atrás dos meus sonhos, assim como meu pai. Há uns meses atrás, a casa do meu pai pegou fogo. Ele perdeu quase tudo, mas conseguir refazer uma nova casa.
Defesa pessoal
Em uma sociedade que ainda tem preconceito por causa da orientação sexual, raça e gênero, eu posso dizer que superei tudo isso. Mas não é fácil. Aprendi a lutar boxe para me defender de agressões e ataques, é necessário para muita gente, para as mulheres, para as minorias. Isso ocorre sempre. Tem gente que odeia gays, travestis ou lésbicas.
Outro dia, uma amiga trans fazia um trabalho de prevenção à doença com outras pessoas num parque. Um cara chegou e deu um soco nela. Tem gente em Caxias que morreu assassinada por não se encaixar no padrão. Essa violência não aparece como esperamos. Quando registram o caso, anotam que é apenas uma agressão, um homicídio como os outros. A questão da orientação sexual jamais aparece na ocorrência da polícia.
Para mudar o país
"Aprendi boxe para me defender", afirma jovem que luta pela diversidade em Caxias
Juliana Macedo integra uma ONG do movimento LGBT
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