Os pais e familiares da estudante Ana Clara Benin Adami, 11 anos, morta com um tiro na quinta-feira, dia 16, serão chamados para depor a partir desta segunda-feira na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Caxias do Sul. A investigação trabalha com várias hipóteses, segundo o delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva:
- O trabalho avança amanhã (segunda-feira) com a conversa com os pais. Não ouvimos até agora em decorrência do velório e do sepultamento.
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Morte de menina baleada em Caxias do Sul gera comoção
Segundo Paulo, não há pista concreta sobre a motivação do crime até o momento. Os investigadores consideram diversas informações inclusive o relato de que Ana Clara sofreu ameaça de uma suposta integrante de gangue por meio das redes sociais. Na semana passada, os agentes da DPCA coletaram imagens de câmeras de segurança nas proximidades do local do assassinato. O resultado da análise preliminar dos vídeos não foi divulgado.
Na tarde deste domingo, a estudante será homenageada pela torcida do Juventude na partida contra o Tombense, às 16h, no Estádio Alfredo Jaconi.
O CRIME
- Ana Clara saiu de casa, no bairro Pio X, para participar do último encontro de catequese na paróquia do Pio X, no início da tarde de 16 de julho. Os encontros seriam interrompidos até o mês de agosto, em virtude das férias do meio do ano. A garota percorreu a Rua José Eberle e parou num salão de beleza na esquina com a Rua Balduíno DArrigo, onde a mãe é cliente.
- Pela janela, a menina falou com a mãe e se despediu com um beijo. A estudante seguiu a pé pela José Eberle, e, três quadras adiante, na esquina com a Rua Tupi, encontrou uma colega de catequese, por volta das 13h30min.
- As duas garotas seguiram juntas pela Rua Marcos Moreschi, que é um prolongamento da José Eberle. Ana Clara estava com uma mochila, e a amiga com uma bolsa no ombro. As duas caminhavam pela calçada: Ana Clara ao lado da via pública e a amiga ao lado do muro das casas.
- Em seguida, um rapaz moreno, que vestia moletom cinza escuro com listras azuis, se aproximou. O criminoso estaria atrás das meninas, avançou na frente, olhou para trás e atirou contra Ana Clara de uma distância curta. O ataque foi quase na esquina da Rua Campo dos Bugres, na região dos fundos da igreja Pio X.
- Depois do disparo, o criminoso correu uma quadra pela Rua Campo dos Bugres, e dobrou na esquina da Rua Luigi Rossetti, nos fundos da igreja, onde não foi mais visto. Enquanto esperava pelo socorro deitada na calçada, Ana Clara disse a populares que saberia reconhecer o rosto do atirador. A estudante morreu horas depois no Hospital Geral.
* Baseado na versão da garota que estava com a vítima e de outras testemunhas
PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
- Quem é o assassino?
Até agora, pelo relato da amiga que estava com Ana Clara, sabe-se apenas que ele vestia jaqueta ou blusão cinza-escuro com listras azuis, era moreno e aparentava ter cerca de 20 anos.
- Por que ele matou?
A motivação do crime não foi esclarecida. Ainda de acordo com o relato da menina que acompanhava Ana Clara, elas não falaram com o atirador e nada foi roubado.
- Qual é a linha de investigação?
Por enquanto, a polícia não tem hipótese do que teria motivado o crime.
- Supostas ameaças em redes sociais têm alguma ligação com o crime?
As redes sociais e o celular da menina devem ser analisados pela polícia nos próximos dias. Por enquanto, não há como saber.
- O assassino teve apoio de outras pessoas?
Talvez. Depois do crime, ele foi visto correndo pela Rua Luigi Rossetti, no fundos da Igreja do Pio X. O local é pouco movimentado. No mesmo momento em que o criminoso correu em direção à Rua João Triches, testemunhas apenas ouviram o barulho do motor de uma moto. Câmeras de segurança no trajeto da fuga não captaram cenas do crime ou do assassino. Relatos também apontam outro homem correndo em direção oposta, no sentido da Rua Moreira César, mas não está confirmada se ele teria relação com o crime.
- O assassino seguia a vítima?
Não se sabe. A testemunha só percebeu o criminoso quando ele se aproximou. Não se sabe se ele a seguiu ou a aguardava.