A suspeita de que carros da Assembleia tiveram a quilometragem adulterada para que funcionários públicos tivessem reembolso acima do real não corre o risco de se repetir em Caxias. A garantia é do secretário de Obras, Adiló Didomenico:
- A escapadinha acabou!
Adiló se abraça à tecnologia para assegurar ter controle total sobre a frota. Entre carros, caminhões e patrolas a prefeitura tem 447 veículos rastreados por uma empresa licitada. Outros 100 carros servem ao município em sistema de aluguel. São carros particulares de servidores que locam o carro à prefeitura. Esses 100 carros também são equipados com rastreador. O município paga em média R$ 20 mil de aluguel por ano para cada carro particular.
Há um porém: a topografia e a geografia de Caxias não permitem que o rastreador registre 100% do percurso dos veículos, seja uma patrola, seja o Gol de um servidor. O registro da quilometragem, portanto, é prejudicado. No caso dos veículos públicos, a prefeitura anota a origem e o destino da viagem. A quilometragem nos casos em que o rastreador falhou é irrelevante, pois os gestores, diz Adiló, têm controle sobre as distâncias em Caxias. Além disso, o condutor passa um crachá no veículo. Esse crachá identifica quem está saindo da garagem.
No caso dos carros alugados, a inoperância do rastreador é minimizada com o preenchimento de pranchetas: o servidor marca a quilometragem inicial e final, método antigo que deveria ter sido abolido com o rastreador.
- Cada gestor tem instrumentos para aferir os veículos - diz Adiló.
Em dois anos, a frota do município aumentou em 9,5%. A economia de combustível no período rastreado é de 1,4%, informa Adiló. O contrato com a atual empresa rastreadora se encerra em agosto. Há possibilidade de renová-lo por três anos, mas o secretário descarta a possibilidade: a prefeitura abrirá edital para contratar um serviço que rastreie 100% dos deslocamentos - ou seja, será o fim das sempre suspeitas planilhas. É um alívio saber que em Caxias a frota está sob controle.
***
Não dá para dizer o mesmo das eleições da UAB e das Amobs. Celeiros de políticos, as suspeitas mostram que as comunidades têm pouco ou nenhum controle sobre seus líderes.
