Um dia depois que circulou nas redes sociais a informação de que um problema paralisaria o Sistema Marrecas, o Samae recebeu a reportagem na Estação de Tratamento de Água (ETA) Morro Alegre, em Vila Seca. A visita foi guiada por três horas na manhã deste sábado pelo diretor-presidente da autarquia, Edio Elói Frizzo e pelo diretor de Planejamento, Gerson Panarotto. Os gestores queriam provar pessoalmente que não há fundamento, segundo eles, nas denúncias da oposição ao governo Alceu Barbosa Velho. No Facebook, a informação era de que o fundo de uma caixa d'água havia cedido, o que não se confirmou.
Segundo Frizzo e Panarotto, a ETA funciona normalmente desde que foi reativada após a parada de cerca de 10 dias mostrada pelo Pioneiro no início de março. Um vazamento no reservatório de água para lavagem de filtros, com capacidade para 500 metros cúbicos, teria forçado a parada da ETA e a consequente volta do abastecimento da região Nordeste de Caxias do Sul pelo Sistema Faxinal. A caixa d'água segue em manutenção. Agora, para que a ETA siga operando, o líquido para limpeza dos filtros vai direto dos reservatórios de água pronta para ir às moradias. Antes, também tratada, a água ficava no reservatório específico. A limpeza dos filtros ocorre uma vez por dia. A previsão é de que a empresa Sanenco termine o conserto em cerca de 30 dias.
Segundo Frizzo, a manutenção está demorando porque a proposta inicial da empresa era de refazer o fundo, mas o Samae preferiu a instalação de apoios metálicos, que são produzidos fora do Estado.
Como o Sistema Marrecas ainda não funciona a pleno, a ETA trata água apenas de segunda a sábado. No domingo o sistema para, mas não falta água porque 8 milhões de litros são armazenados em dois reservatórios na ETA (de 4 milhões cada) e mais 5 milhões no Centro de Reservação de Chegada, próximo à Mundial. Os três funcionários trabalham 12 horas, sempre durante o dia, e folgam 36 cada um.
- No domingo tem menos consumo, então dá conta de abastecer. À medida que formos aumentando a área de abrangência do Marrecas, vai precisar trabalhar de noite ou 24 horas, como no Parque da Imprensa - explica Panarotto.
Alternância entre Marrecas e Faxinal não será mais possível
A alternância entre os sistemas Marrecas e o Faxinal, que segundo Frizzo possibilitou a intermitência do abastecimento durante os 10 dias de manutenção na ETA Morro Alegre, não será mais possível. Segundo o diretor-presidente, em cerca de 30 dias o registro que ainda possibilita o envio de água do Faxinal à região Nordeste será desativado. O motivo é que, aos poucos, o Marrecas deve ir aumentando a abrangência. Na prática, o Jardim das Hortênsias e arredores ficarão sem água em caso de nova manutenção na ETA ou em outra parte do sistema.
A pedido da reportagem, o Samae também mostrou, neste sábado, onde fica o registro subterrâneo que envia a água do Centro de Reservação de Chegada para a região do Jardim das Hortênsias. O dispositivo, no final da Rua Ana Catarina Canali, a cerca de 200 metros do Centro de Reservação de Chegada, foi fechado nos cerca de 10 dias em que a água foi fornecida pelo Faxinal. O dispositivo a ser desativado fica nas proximidades da Polícia Rodoviária Federal.
- Pagamos uma demanda de energia elétrica por isso. Como a ideia é não abastecer mais esses bairros pelo Faxinal, vamos desativar - acrescenta Panarotto.
No início de março, a reportagem questionou o Samae sobre a ETA Morro Alegre, via Lei de Acesso à Informação. Abaixo confira as respostas obtidas nesta semana:
:: Quantas pessoas trabalham na ETA?
Exclusivamente, na ETA; atualmente, 3 servidores.
:: Qual a ocupação de cada funcionário?
Operadores de ETA/ETE
:: Qual o horário de trabalho de cada funcionário?
Turnos de 12h
:: Desde quando cada pessoa trabalha na ETA?
Desde o dia 16/06/2014
:: Como os funcionários são transportados até a ETA?
Os servidores se deslocam até lá de condução própria.
:: Desde que a água do Sistema Marrecas começou a ser bombeada, a ETA Marrecas ficou parada alguma vez? De que dia até que dia ficou parada e qual o motivo?
Como sempre foi destacado, o sistema Marrecas trabalha em início de operação com regime descontinuado visto que o abastecimento de água do Marrecas na cidade é realizado à medida que são implementadas as adequações no sistema de distribuição e à medida que haja demanda por este abastecimento. Houve desde o início de operação diversas paradas no tratamento da ETA a fim de possibilitar a execução de diversos ajustes no sistema de distribuição da Zona Nordeste, primeira região a ser atendida pelo novo Sistema. Neste caso, coube aos operadores a realização de várias atividades paralelas como ajustes de dosagem de produtos químicos, análises de água bruta e tratada, elaboração de manuais de operação, organização dos laboratórios físico-químico e bacteriológico, monitoramento e ajustes do supervisório instalado na sala de operação, testes e ajustes de equipamentos reservas e outras atividades de operação.