Testemunhas confirmaram que os quatro encapuzados que invadiram o coletivo carregavam um balde de plástico (semelhante aos que são usados para acondicionar maionese industrial). Após ordenarem a saída do motorista, da operadora de sistema e de 10 passageiros, os criminosos despejaram o líquido dentro do coletivo e atearam fogo. Perto do ponto do ataque há dois postos de combustíveis. Conforme a delegada responsável pela investigação, Thaís Norah Sartori Postiglione, possíveis suspeitos estiveram no estabelecimento mais afastado.
- O motorista sentiu cheiro de gasolina. Depois do incêndio, os ocupantes do ônibus correram para um posto perto dali, a poucos metros. No outro posto, mais longe, é que os homens estiveram comprando gasolina. Isso não quer dizer que estão envolvidos, é uma hipótese não confirmada - adianta a delegada.
Os funcionários do posto onde a gasolina foi adquirida serão ouvidos nesta quarta-feira. A polícia também busca gravações de câmeras de segurança.
Outra hipótese do 2º DP sugere a participação de pessoas descontentes com a remoção de moradias de uma área de invasão do Vila Amélia. Thaís diz que não há relação com a manifestação de moradores na manhã desta terça-feira com o crime, mas alguém pode ter se aproveitado da situação para dar um recado às autoridades e pressionar contra a retirada das casas. Traficantes que atuam perto da parada onde o ônibus foi atacado também poderiam estar por trás do ataque. Thaís, porém, acredita que essa é possibilidade remota:
- Poderiam ser traficantes que não querem sair dali, mas o tráfico é migratório, pode ser feito em outro lugar - avalia.
O motorista e a operadora de sistema prestaram depoimento nesta terça-feira. Eles confirmaram os criminosos usavam capuzes e panos no rosto. As mulheres que abordaram o veículo na parada se fingiram de passageiras, e pediram para o motorista parar. Em seguida, os bandidos entraram e afirmaram que o ataque não era contra os passageiros ou funcionários da empresa. O veículo fazia a linha do Vila Amélia, pela Rua Jose Perini.
O combustível usado para incendiar o ônibus da Visate, no loteamento Vila Amélia, em Caxias do Sul, pode ter sido adquirido em um posto nas proximidades. A hipótese foi cogitada pela investigação do 2º Distrito Policial (2º DP), na tarde desta terça-feira.
Informações preliminares indicam que homens ainda não identificados estiveram em um posto de combustíveis e compraram gasolina com um galão, na noite de segunda-feira. O grupo saiu do estabelecimento em um carro. Pouco depois, a Brigada Militar registrou o atentado, por volta das 21h30min.