Ao mesmo tempo em que o Samae espera o reparo de vazamentos na barragem pelo consórcio responsável pela construção do Sistema Marrecas, uma licitação de R$ 2,5 milhões foi aberta para custear infiltrações nas fundações da represa. Segundo o diretor de Planejamento do Samae, Gerson Panarotto, o conserto nas fundações não será pago pela construtora porque se deve a problemas na rocha onde a estrutura foi erguida. Uma investigação do Ministério Público Federal aponta falhas no estudo geológico, o que teria aumentado o custo da obra.
Como a rocha é muito fraturada, a água penetra pelas fraturas e vaza, explica
Panarotto.
- Poderíamos pedir para o consórcio fazer esse serviço, mas teríamos que pagar a eles. Como o contrato terminou, abrimos a licitação - esclarece.
A licitação deve contratar empresa para reduzir a percolação de água pela fundação e pelas áreas de contato do concreto com a rocha que cerca a barragem, com calda de cimento. O projeto prevê uma linha de injeções obrigatórias de cimento em cada uma das duas ombreiras da barragem, ao custo estimado de R$ 1 milhão. Se outras aplicações não forem necessárias, o custo pode não chegar aos R$ 2,5 milhões previstos.
O consórcio Fidens Sanenco, responsável pela construção do Sistema, trabalha para tapar de seis a oito infiltrações no corpo da barragem, fruto de falhas na construção. A última parcela do pagamento, de R$ 400 mil, será paga quando o serviço for concluído. A partir disso, o complexo será entregue ao Samae, que terá cinco anos de garantia. Até agora, o Marrecas custou R$ 254 milhões.
O Sistema Marrecas está parado há mais de uma semana. Segundo o Samae, o motivo é um vazamento na Estação de Tratamento de Água (ETA) Morro Alegre. O problema está sendo reparado e a operação deve retornar na próxima semana.
Na tarde desta quarta-feira, a bancada do PT na Câmara de Vereadores protocolou um pedido de informações sobre o Sistema Marrecas. O pedido surgiu após debate na sessão de terça-feira. Se a solicitação for aprovada em votação na quinta-feira, o Executivo terá 30 dias para apresentar respostas.
Abastecimento
Falhas na rocha onde barragem foi erguida geram custo adicional de até R$ 2,5 milhões ao Marrecas, em Caxias do Sul
Segundo o Samae, a manutenção não será paga pelo consórcio que executou a obra porque o problema não ocorreu na construção
GZH faz parte do The Trust Project